O respeito e a consideração aos médicos cubanos integrantes do programa Mais Médicos foi expressado de forma emblemática pela população de Vila Nova do Piauí. Eles escolheram o médico cubano Argèlio Hernández Pupo para participar do revezamento da tocha olímpica em Lagoa Grande, Pernambuco.
O programa Mais Médicos também está na mira destrutiva de Michel Temer. O ministro Ricardo Barros (PP-PR) já disse à imprensa que quer diminuir o número de médicos estrangeiros no programa, de 13 mil para três mil.
Municípios com interesse em participar do Programa Mais Médicos terão nova chance de aderir à ação. Os editais publicados, nesta sexta-feira (15), para reposição de vagas desde a última seleção da iniciativa, realizada em janeiro, também abre nova oportunidade para as prefeituras.
O médico de família Leandro Araújo, que atualmente é supervisor do Programa Mais Médicos em Fortaleza (CE) e integrante da Rede de Médicas e Médicos Populares, formou-se em Cuba 2003 e conhece bem o caráter humanista da medicina ensina e praticada na ilha.
Médicos com registro profissional no Brasil ocuparam todas as 330 vagas ofertadas na segunda chamada do atual edital do Programa Mais Médicos. Os candidatos têm até sexta-feira (11) para se apresentar às prefeituras, para que os gestores confirmem sua participação no programa.
É um manifesto humanista, mais do que um livro de fotografia. É assim que Araquém Alcântara, um de nossos maiores fotógrafos de natureza – ele prefere ser chamado de fotógrafo brasileiro – qualifica a última publicação que lançou. O livro Mais Médicos é um registro do programa do governo federal que levou mais de 18 mil médicos a quatro mil municípios do País.
A adesão ao programa Mais Médicos segue crescendo. Animados com os resultados em todo o país, mais da metade dos profissionais que concluíram um ano de atendimento pretendem renovar os contratos e seguir no programa. No município de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, por exemplo, não houve nenhuma desistência e todos querem continuar.
Com tiragem inicial de 3 000 exemplares e apresentação de Arthur Chioro, que foi ministro da Saúde entre fevereiro de 2014 e outubro de 2015, o livro “Mais Médicos” é uma obra institucional necessária. As fotografias capturadas pela câmara de Araquém Alcântara em 19 Estados registram o trabalho de 18 000 médicos em pontos extremos da sociedade brasileira.
O Ministério da Saúde informou nesta terça-feira (26) que dos 2.246 profissionais que concluem um ano de atuação no programa Mais Médicos nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, 1.266 (56%) vão permanecer na mesma vaga por até mais três anos. Depois de um ano de atuação, eles poderiam sair do programa e garantir a bonificação de 10% em exames para ingresso em residência médica, mas decidiram continuar.
Os médicos cubanos Olívia Rodriguez Gonzalez e Omar Diaz já somam mais uma importante conquista para o currículo: “há um ano não registramos nenhuma morte de criança e de gestante. Estamos sem mortalidade materna e infantil”, afirmam os médicos, que são professores da Universidade Che Guevara, em Cuba, e que estão há um ano no Posto de Saúde Barras, região Norte do Piauí, atraídos pelo Programa Mais Médicos.
A notícia saiu no final do ano e foi solenemente ignorada pelos grandes jornais, salvo se tiver saído algo que escape ao Google: o Mais Médicos contratou este ano 4.146 médicos. Todos eles brasileiros. 92% formados aqui e 8% diplomados no exterior.
Por Fernando Brito
Enquanto 79% dos médicos que entraram no programa, de julho de 2013 a dezembro de 2014, são cooperados cubanos, todos os que entraram em 2015 são brasileiros.