Mesmo escondida em uma calça jeans, camisa e sapato de cortes masculinos, Aurora Yett, 19 anos, estava ali. Ainda que travestida de homem jovem em busca de trabalho, as unhas feitas, os cabelos e, sobretudo, os movimentos e a voz transpareciam a mulher que ainda estava em formação, mas que já se apresentava, em modos tímidos, naquela entrevista de emprego em uma loja de doces, no Recife, Pernambuco.
O crescimento econômico do Brasil na última década não se refletiu em mais igualdade no mercado de trabalho. Com ou sem crise, as mulheres brasileiras continuam trabalhando mais – cinco horas a mais, em média – e recebendo menos.
Apesar de o governo repetir o tempo todo que há sinais de uma retomada da economia, os números não param de contradizer o discurso oficial. Nesta segunda (7), pesquisa da Fundação Getúlio Vargas mostra que o nível de desemprego no país permanece elevado e não dá sinais de que a tendência será revertida.
“O mundo se depara com um desperdício de talentos ao não agir com rapidez para frear a desigualdade de gênero. Isso poderia pôr o crescimento econômico em risco e privar as economias da oportunidade de se desenvolverem”, de acordo com o último relatório Global da Defasagem de Gênero 2016 do Fórum Econômico Mundial.
Por Jesus Servulo Gonzales, El País (Espanha)
O mercado de trabalho do país vive um “círculo vicioso”, com perda do poder de compra, queda da população ocupada, do trabalho com carteira assinada e em uma situação de estagnação onde nem mesmo o mercado informal consegue mais absorver os trabalhadores que perderam emprego.
“Homens vão menos ao médico porque trabalham mais", com essa declaração o ministro da Saúde do governo interino, Ricardo Barros, gerou revolta nesta quinta-feira (11) na internet e entre entidades dos movimentos sociais. O ministro, que participava da criação de um plano para aumentar as estatísticas de atendimento a homens na rede pública de saúde do Brasil, ainda afirmou que o sexo masculino é o provedor da maioria das famílias".
Por Laís Gouveia
A Associação dos Advogados de São Paulo, em parceria com a revista Claudia, promove debate gratuito, Direito da Mulher #ÉdeLei, nesta quinta-feira (3) às10h, na sede da instituição, no Centro de São Paulo. O evento será dividido em dois temas: “Violência contra a Mulher” (sexual, domiciliar e psicológica) e “Aspectos Jurídicos e Comportamentais no Ambiente de Trabalho”.
Quem entrou no mercado de trabalho depois de 2004 muito provavelmente desconhece o que é o desemprego estrutural ou de longa duração, esse facão que destrói vidas, sonhos e perspectivas. Por aproximadamente uma década, a geração de empregos foi resultado de uma dinâmica econômica de crescimento em um ambiente de expectativa favorável sobre o futuro.
Por Clemente Ganz Lucio*
Relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas, em todas as economias e culturas, as mulheres e as meninas são responsáveis pela maior parte dos cuidados não remunerados e tarefas domésticas. Elas fazem cerca de 2,5 vezes mais deste trabalho que os homens, com grande disparidades de gênero no tempo gasto para cozinhar, limpar e cuidar de membros da unidade familiar.
Por Barbara Gontijo*, no Brasil Debate
Três jovens estudantes da Fundação Getulio Vargas e do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), onde dois deles fazem mestrado em matemática aplicada e um está se graduando em ciências sociais, criaram um aplicativo de celular, o Kilombu, cuja primeira versão está disponível para plataforma Android, desde o último dia 20.
Amostra divulgada nesta quinta (28) em São Paulo revelou que apenas 4, de 53 empresas ouvidas na capital paulista, tem ações de promoção da igualdade racial. Quando se trata de políticas de gênero são 9 empresas. Os dados estão na pesquisa “Perfil Social, Racial e Gênero dos 200 principais fornecedores da Prefeitura de São Paulo, que a realizou em parceria com Instituto Ethos e patrocínio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Por Railídia Carvalho
As ações de fiscalização e mobilização desenvolvidas pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS) em 2015 possibilitaram que cerca de 40 mil (39.241) pessoas com deficiência e beneficiários reabilitados da Previdência Social fossem inseridos no mercado de trabalho. A unidade da federação que mais inseriu esse público foi São Paulo, onde 9.855 novos trabalhadores ingressaram no mercado.