Que o clã Bolsonaro flerta com o autoritarismo ninguém mais tem dúvida. Mas se decidisse fechar qualquer um dos outros dois poderes da República, como sugeriu o deputado Eduardo Bolsonaro, o filho 03, o presidente Jair Bolsonaro teria, ele mesmo, de dirigir o jipe: “Cabos e soldados estão com raiva do presidente e dos oficiais”, disse em entrevista à Agência Pública o cabo reformado do Exército Marcelo Machado, presidente da Associação Nacional dos Militares do Brasil (ANMB).
A política educacional do governo Bolsonaro tem sido marcada por um ataque sem precedentes à educação, à ciência, à cultura e aos professores. Entre esses ataques coloca-se a proposta de criação e expansão de um modelo de escola cívico-militar para instituições de educação básica municipal, estadual e distrital.
Por Maria Clotilde Lemos Petta e Daniela Zanchetta*
São apenas dois dias completos de competição até agora, mas a China já tem mostrado que não levou a sério apenas a organização dos Jogos Mundiais Militares. O país disparou na ponta do quadro de medalhas de uma forma que pegou muita gente de surpresa. Era possível prever uma subida, mas não tamanho predomínio.
"O que Villas Boas, a esta altura, transmite, não é a imagem de um militar que se agarra a valores, mas a de um militar reformado, que em lugar do retiro digno, que se agarra ao poder ilegítimo que já não tem".
Por Fernando Brito*
Nesta quarta-feira (9), a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) participou de uma reunião realizada no Palácio do Planalto com o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, e o secretário de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho. A reunião teve como tema a proteção social dos militares.
Sempre tivemos o maior respeito pelo general Eduardo Villas Bôas. Guardo na memória, durante o tempo em que estive na Escola Superior de Guerra (ESG), a consideração de todos os militares, a começar pelo então comandante daquela instituição, tenente-brigadeiro Masao Kawanami, para com o general Villas Bôas.
Por Carlos Lopes
A questão ambiental é um dos pontos de maior conflito entre o que pensam as altas patentes militares e o governo Jair Bolsonaro (PSL) hoje. Há discordâncias no campo da diplomacia – que vão desde o alinhamento automático aos Estados Unidos até a indicação de Eduardo Bolsonaro como embaixador. Eles divergem também na estratégia de não formar uma base de apoio político e na ideia de privatizar estatais, como a Petrobras. Militares e Bolsonaro não pensam em linha reta, como se supõe às pressas.
O presidente da Suprema Corte agiu certo como “pacificador”? Existia correlação de forças para denunciar as tentativas de intimidação e a escalada golpista? Qual objetivo moveu a revelação tão precoce?
Por Ricardo Cappelli
No 18 Brumário de Luís Bonaparte, Karl Marx citou a famosa frase de Hegel de que a história se repete e acrescentou: “A primeira vez como tragédia, a segunda como farsa”. E eis que o governo Bolsonaro, com seus arroubos e personagens grotescos, nos faz lembrar de um trágico período, nem tão distante, que parece ser a matéria-prima do enredo farsesco imposto ao Brasil de 2019.
Quem quer que se interesse por política deveria ler o livro Forças Armadas e Política no Brasil (2005), de José Murilo de Carvalho, relançado em 2019 com textos inéditos. O autor nota que cinco das nossas sete Constituições, inclusive a atual, atribuem papel político aos militares, como se a República precisasse de uma bengala e a democracia não pudesse resolver os problemas nacionais nos seus próprios termos.
Por Fernando Haddad*
Levantamento inédito da Agência Pública mostra que 144 civis responderam por crimes militares como desobediência e desacato durante Operações de Garantia da Lei e da Ordem. Especialistas dizem que uso de Justiça Militar para julgar civis fere princípio democrático. Enquanto civis são condenados por crimes leves, nenhum militar foi punido por homicídio de civil durante GLO.
Por Ana Karoline Silano e Natalia Viana*
O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, demitido na semana passada da Secretaria de Governo da Presidência da República, não poupa críticas à gestão Jair Bolsonaro (PSL). Em entrevista à revista Época, o militar acusa o Planalto de se perder pela “falta de foco” e menosprezar os projetos de interesse nacional. “Todo dia tem uma bobagem”, resume Santos Cruz, que também acusou a “guerra de baixarias”.