Desde 1991 – quando Jair Bolsonaro assumiu seu primeiro mandato como deputado e deu início à trajetória da família na política –, o presidente e seus três filhos (Flávio, Carlos e Eduardo) empregaram mais de uma centena de funcionários com parentesco ou relação familiar entre si. Além da recorrente prática de nepotismo, o clã permitiu que vários parentes não trabalhassem de fato nos cargos. O mapeamento foi feito pelo O Globo ao longo dos últimos três meses.
Não sejamos injustos. A discussão sobre se um presidente da República nomear um filho embaixador constitui nepotismo ou não toma um rumo indesejável, agravado pela ignorância ou a má-fé.
Por Luis Fernando Verissimo*
O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), nomeou na última edição do Diário Oficial do Município (DOM) o seu tio, Frederico Maron Filho, para a assessoria especial IV, grau 58, do seu gabinete. Levantamento feito pelo bahia.ba já identificou, pelo menos, 11 parentes de políticos nomeados na administração soteropolitana.
A Câmara e o Senado deverão demitir todas as pessoas contratadas em funções de confiança nos gabinetes que sejam parentes até o quarto grau de deputados e senadores. A recomendação é do Ministério Público do Distrito Federal.
No debate entre os candidatos à presidência, realizado pelo SBT, Aécio Neves fugiu da questão sobre nepotismo, e citou o irmão de Dilma, Igor Rousseff. “O seu irmão foi nomeado pelo prefeito Fernando Pimentel em 2003 e nunca apareceu para trabalhar", disse. O ex-prefeito de Belo Horizonte e recém-eleito governador de Minas Gerais pelo PT, Fernando Pimentel, desmentiu o tucano. Pimentel foi prefeito de Belo Horizonte de 2001 a 2008, bem antes de Dilma ser eleita presidenta, em 2010.
O candidato à Presidência, Aécio Neves (PSDB), trabalhou no governo Ernesto Geisel, na ditadura militar, mas omite de sua biografia e evita tocar no assunto. À época com 17 anos, Aécio contou com a influência da família junto aos generais para obter cargo no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), do Ministério da Justiça (MJ).
Os fatos começam a atropelar o tucano bravateiro. A sujeira que ele tenta empurrar para debaixo do tapete vai sendo varrida para fora. Isso porque dados públicos publicados no Diário Oficial do Estado de Minas Gerais mostram que o candidato não sabe, ou finge não saber, a diferença entre meritocracia e o crime chamado nepotismo quando governou Minas Gerais.
Há dias circula a informação de que há uma articulação para tornar Marianna Fux, filha do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, desembargadora do Rio. Se a operação for bem-sucedida, não será inédita. Cerca de 16% dos cargos no Tribunal de Justiça do Estado são ocupados por parentes de magistrados ativos ou aposentados.
De acordo com informações de relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) publicada neste sábado (14), 46 ocupantes de cargos comissionados do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJ-DF) são parentes em primeiro grau dos juízes e desembargadores da própria Corte.
O Ministério Público Federal converteu em inquérito um procedimento administrativo envolvendo o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi para investigação de suposto loteamento de cargos na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O Supremo Tribunal Federal (STF) deverá reformular o texto da Súmula Vinculante 13, que proíbe a prática de nepotismo nos Três Poderes da República, anunciou nesta terça (10) o presidente da Corte, ministro Cesar Peluso.
Um levantamento realizado pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) identificou ao menos seis parentes de desembargadores do Pará nomeados para cargos subordinados diretamente ao governador Simão Jatene (PSDB). Entre eles, estão filhos e mulheres de magistrados.