A Procuradoria de Roma pediu o julgamento de 35 membros das juntas militares e dos serviços de segurança da Bolívia, Chile, Peru e Uruguai durante os anos 1970 e 1980, pela morte de 20 cidadãos de origem italiana, confirmaram nesta terça-feira (18) à Agência Efe fontes do judiciário.
O ex-diretor da Dina, organismo de inteligência política da ditadura chilena, Manuel Contreras, foi processado pelo sequestro e desaparecimento de um membro do Movimento da Esquerda Revolucionária (MIR, por sua sigla em espanhol), informaram fontes judiciais, nesta quarta-feira (12).
Faltam informações consistentes, até o momento, para responder de forma categórica a pergunta que dá título a esta matéria. Há, isso sim, indícios sobre a suposta participação de um agente da CIA, acusado dos atentados mais impactantes executados pela Operação Condor, no envenenamento que teria matado o poete Pablo Neruda doze dias depois do golpe de Estado de Augusto Pinochet, no Chile.
Por Dario Pignotti*, na Carta Maior
O Seminário Internacional Documentar a Ditadura: Arquivos da Repressão e da Resistência, que começou nesta terça (4) no Arquivo Nacional, discute a importância da documentação na recuperação de fatos históricos e possibilita a troca de experiências com outros países que também passaram por períodos ditatoriais.
Jorge Videla cumpriu o papel que dele se esperava na Operação Condor, o pacto terrorista que há 27 anos ocupou um capítulo importante na agenda argentina com o Brasil. O ditador Ernesto Geisel recebeu de bom grado a “nova” política externa do processo de reorganização nacional (e internacional), tal como se lê nos documentos, em sua maioria secretos até hoje, obtidos pela Carta Maior.
Documentos secretos do gabinete dos ex-ministros das Relações Exteriores revelam que a ditadura brasileira (1964-1985) deu uma ajuda financeira de US$ 115 milhões à ditadura chilena do general Augusto Pinochet, que assumiu o poder após golpe de Estado no Chile, em 1973. O dinheiro foi enviado em três parcelas para aquisição de equipamentos militares.
Os ditadores argentinos Jorge Rafael Videla e Reynaldo Benito Bignone voltarão ao banco dos réus nesta terça-feira (5) em Buenos Aires, acompanhados de outros 23 repressores, para responder especificamente pelo desaparecimento de 106 pessoas perseguidas pela Operação Condor dentro e fora do país. De acordo com o diário Página 12, a maioria das vítimas desse caso é uruguaia, mas também há argentinos, paraguaios, chilenos e um peruano. Três deles desapareceram no Brasil.
O ex-ditador argentino Jorge Videla e outros líderes do regime militar (1976-1983) serão julgados, a partir da próxima terça-feira 5, por sua participação no “Plano Condor”, que coordenou a repressão das ditaduras sul-americanas nos anos 1970 e 80.
A Comissão Nacional da Verdade investiga a morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek e de seu motorista Geraldo Ribeiro, em 22 de agosto de 1976. As investigações tiveram início a partir de relatório entregue à comissão pela Comissão de Direitos Humanos da OAB-MG (Ordem dos Advogados do Brasil – Minas Gerais).
Um episódio oculto por mais de três décadas robustece as provas já existentes de que o Rio Grande do Sul participou da Operação Condor, a aliança secreta entre as ditaduras militares do Cone Sul para perseguir opositores políticos além das fronteiras.
“O Brasil, definitivamente criou e comandou a Operação Condor. Os documentos que eu trouxe aqui provam”, disse o ativista em direitos humanos Jair Krischke em depoimento prestado nesta segunda-feira (26) à Comissão Nacional da Verdade (CNV), que apura as violações de direitos humanos, praticadas por agentes públicos no período da ditadura militar.
O ex-presidente brasileiro João Goulart (1961-1964) morreu, segundo a versão oficial, de um ataque cardíaco em 6 de dezembro de 1976 no município de Corrientes, na Argentina. No entanto, as suspeitas de que Jango foi morto por agentes da Operação Condor sempre foram levantadas por amigos, familiares e especialistas.