Camponeses paraguaios qualificaram nesta terça-feira (3) o governo de Federico Franco como seu pior inimigo e iniciaram o debate de um plano para recuperar terras ilegalmente em poder de latifundiários.
O novo governo paraguaio pode ficar tranqüilo: o senador Álvaro Dias garantiu ao presidente Franco o apoio incondicional do PSDB à nova ordem estabelecida em Assunção.
O deputado Dr. Rosinha (PT-PR), vice-presidente do Parlamento do Mercosul (Parlasul), classificou como “necessária e correta” a decisão dos chefes de estado do Mercosul (Brasil, Argentina e Uruguai), anunciada na sexta-feira (29), de suspender o Paraguai do Mercosul até a realização das próximas eleições presidenciais previstas para abril de 2013. E também elogiou a aprovação do ingresso da Venezuela.
Mau tempo em Montevidéu, capital do Uruguai e do Mercosul. Chuva, vento e uma temperatura de sete graus. O tempo também fechou na sessão do Parlamento do Mercosul (Parlasul), nesta segunda-feira (2), onde o principal tema era a situação do Paraguai, que teve seus direitos políticos suspensos por decisão tomada na última semana pelos demais três parceiros do bloco: Argentina, Brasil e Uruguai.
Após o lançamento do Comitê de Solidariedade ao Povo Paraguaio, um novo debate em defesa da soberania paraguaia e latino-americana acontecerá nesta terça-feira (03).
As forças políticas aliadas aos EUA e adeptas do neoliberalismo obtiveram duas expressivas vitórias na América Latina nos últimos dias. No Paraguai, elas patrocinaram um golpe "parlamentar”, abortando o frágil ciclo de mudanças iniciado pelo ex-bispo dos pobres, Fernando Lugo. No México, elas garantiram o retorno do PRI ao poder, com a vitória folgada do empresário Peña Nieto.
Por Altamiro Borges, em seu blog
Pronunciamento do Presidente da Venezuela, Hugo Chávez, sobre o golpe no Paraguai, enquanto aguardava a chegada do Presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. Em 29 de junho, dia seguinte a esse pronunciamento, Hugo Chávez chamou de volta o embaixador da Venezuela no Paraguai e suspendeu o envio de petróleo ao país.
Os membros plenos do Mercosul definiram algo que os presidentes do Brasil, da Argentina, do Uruguai e do Paraguai já tinham resolvido: fixaram uma data para a incorporação da Venezuela ao Mercosul como o quinto membro do grupo com todos os direitos e obrigações. A diferença é que, desta vez, o Paraguai não participou da decisão porque, justamente, teve suspensa parte de seus direitos e obrigações.
Por Martín Granovsky, no Página/12
Assim como o Mercosul, a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) também decidiu pela suspensão temporária do Paraguai do grupo até as próximas eleições no país, em abril de 2013. A presidência rotativa do bloco estava com o Paraguai e foi passada para o Peru, que ficará com a coordenação da Unasul por um ano.
A deposição, por parte do parlamento do Paraguai, do presidente Fernando Lugo é um grave atentado à democracia. O julgamento realizado pelo Congresso Nacional paraguaio, liderado pelos partidos conservadores daquele país, teve como objetivo desestabilizar a democracia e recuperar os privilégios das elites paraguaias, impedindo a conclusão do mandato do presidente poucos meses antes das eleições.
Várias entidades de classe camponesas de diversos países da América Latina divulgaram nota acusando o agronegócio, a concentração de terra e o cultivo de transgênicos de estarem por trás do golpe no Paraguai. “Novamente, a América Latina se vê sacudida pelo atropelo da vontade popular, em mãos dos interesses corporativos do agronegócio”, iniciam a nota.
Nesta sexta-feira, 29 de junho, aconteceu um novo ato contra o governo golpista de Federico Franco no Paraguai.