A Caixa Econômica Federal começou a veicular nesta segunda (10) uma nova peça publicitária em que mostra Machado de Assis (1839-1908) interpretado por um ator negro. O comercial foi “corrigido” após a polêmica gerada por um versão anterior, retirada do ar em setembro, em que o escritor era interpretado por um ator branco.
A ministra da Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres, Iriny Lopes, disse que a propaganda de lingerie estrelada pela modelo Gisele Bündchen estereotipa a mulher como um indivíduo que, para ter uma condição igualitária, ou não ser repreendida, precisa se valer do corpo.
Estão abertas – até o dia 29 de outubro – as inscrições de projetos que integrarão a programação oficial do governo federal para promoção do Brasil pela realização da Copa do Mundo 2014. A execução dos projetos está prevista para os anos de 2012, 2013 e o primeiro semestre de 2014. A análise e seleção das propostas serão realizadas por comissão especial constituída.
A propaganda brasileira precisa mudar. As agências de publicidade responsáveis pela elaboração de propagandas precisam amadurecer e aprender a respeitar as mulheres. As supostas "brincadeiras" publicitárias que utilizam o corpo feminino para vender produtos, como na recente propaganda da Hope, reforçam estereótipos femininos.
Por Carmen Hein de Campos*
A propaganda da Caixa Econômica Federal que apresentava um Machado de Assis branco gerou tantos protestos que a Caixa viu-se obrigada a retirá-la do ar e emitir uma nota pedindo desculpas aos brasileiros e aos movimentos antirracistas. Veja a seguir:
Por Renato Rovai
“São tanto mais de admirar e até de maravilhar essas qualidades de medida, de tato, de bom gosto, em suma de elegância, na vida e na arte de Machado de Assis, que elas são justamente as mais alheias ao nosso gênio nacional e, muito particularmente, aos mestiços como ele. (…) Mulato, foi de fato um grego da melhor época, pelo seu profundo senso de beleza, pela harmonia de sua vida, pela euritmia da sua obra.”
Exposição do corpo feminino de forma acentuada, mulheres mostradas apenas como frágeis, doces e românticas ou como simples objeto de desejo masculino. Esses são exemplos de situações sexistas observadas em alguns anúncios publicitários. O tema foi lembrado esta semana por organizações feministas por ocasião do Dia Internacional da Imagem da Mulher nos Meios de Comunicação – 14 de setembro.
Entidades da sociedade civil reunidas na Frente Paulista pelo Direito à Comunicação e a Liberdade de Expressão (Frentex) distribuíram carta aberta em repúdio a parecer emitido pelo Conselho de Autorregulamentação Publicitária (CONAR).
A Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara aprovou na quarta-feira (6) o Projeto de Lei do Senado que obriga os órgãos públicos a divulgar os direitos fundamentais e os direitos humanos, com destaque para os que tratam de mulheres, crianças e adolescentes. Entram na lista os direitos previstos na Constituição, no Estatuto da Criança e do Adolescente e na Convenção Americana sobre Direitos Humanos, entre outros tratados internacionais.
Numa sociedade onde o “Ter” é mais importante do que o “Ser”, existe uma tendência a estratificação dos valores, o que leva a valorização de determinadas funções em detrimento de outras. De uma forma tão radical que às vezes esquecemos a nossa igualdade e passamos a alimentar a indústria de líderes e heróis.
Por João Ananias*