Atendendo ao pacote de promessas para tentar alcançar os 308 votos mínimos necessários para aprovar a reforma da Previdência, Michel Temer sancionou nesta terça-feira (9) o projeto que prevê o parcelamento das dívidas previdenciárias de produtores rurais com o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural) em até 176 parcelas, ou seja, quase 15 anos.
Para tentar alcançar os 308 votos mínimos necessários para aprovar a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, Michel Temer vai injetar R$ 10 bilhões para a conclusão de obras. Mas o critério para receber o investimento é o voto em favor da reforma, ou seja, somente os redutos eleitorais de quem apoiar o governo.
Sem os 308 votos mínimos necessários para aprovar a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, Michel Temer tenta apagar os incêndios que tomam conta do seu governo com a base aliada. Diante de um clima de divergência entre líderes, principalmente entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o ministro da Fazenda Henrique Meirelles (PSD), o governo tenta evitar conflitos para chegar ao quórum mínimo para aprovar o texto.
O governo de Michel Temer está correndo contra o tempo para tentar aprovar a reforma da Previdência depois do Carnaval. Enquanto discursa afirmando que a economia está recuperada e que o Brasil vai de vento em popa, o governo promete até o que não tem para angariar os 308 votos necessários para aprovar a proposta.
Por Dayane Santos
Em entrevista, o professor Eduardo Fagnani, do Instituto de Economia da Unicamp, alerta sobre a campanha publicitária enganosa que o governo federal exibe com o intuito de buscar apoio da população na aprovação da reforma da Previdência. Para o especialista, um pergunta importante é: “essa reforma quer combater o privilégio de quem?”, critica, “do trabalhador que ganha em média R$ 1.500,00?”.
Michel Temer fechou acordo com o dono do SBT, Silvio Santos, para fazer campanha em defesa da Reforma da Previdência. De acordo com a coluna Painel, da Folha, Temer vai gravar participações nos programas do próprio Silvio Santos e do Ratinho para tentar convencer que a população a apoiar a sua proposta da reforma da Previdência.
A Câmara dos Deputados quer votar a toque de caixa a reforma da Previdência. "Não vamos dar trégua, vamos mobilizar os trabalhadores, realizar manifestações, acompanhar os trabalhos legislativos e pressionar os parlamentares em defesa dos nossos direitos", alerta o coordenador-geral da Contee, Gilson Reis. Juntamente com as centrais sindicais, os trabalhadores em estabelecimento de ensino estão programando ações contra a reforma.
Por Carlos Pompe, da Contee
A reforma da Previdência Social de Michel Temer continua no centro da polêmica mesmo às vésperas da virada do ano. A União de Negros pela Igualdade (Unegro) divulgou neste final de ano documento em que ratifica o repúdio da entidade ao que considera o desmonte da Previdência e Assistência Social e defende o arquivamento da Proposta de Emenda Constitucional 287 que trata da reforma. Confira ao final da matéria documento na íntegra.
Por Railídia Carvalho
Com discurso de déficit, a classe dominante representada pelo consórcio envolvendo o “presidente" da República, grande parcela do congresso nacional e setores do judiciário narra um discurso de falência e/ou futura incapacidade de manutenção da previdência.
Por Katia Gaivoto*, no site da CTB
Em entrevista ao jornalista Domingos Fraga, publicada no R7, Michel Temer afirmou que, se sua reforma da Previdência, rejeitada pela absoluta maioria dos brasileiros não for aprovada, a conta será paga pelos servidores públicos.
Em carta pública encaminhada a Michel Temer, nesta quarta-feira (27), governadores do Nordeste rebateram a declaração do ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (PMDB-MS), que admitiu que o governo chantageia governadores e prefeitos a pressionar as bancadas a votarem a favor da aprovação da reforma da Previdência em troca da liberação de recursos em financiamentos de bancos públicos.
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, confirmou nesta terça-feira (26) que o governo Temer tem se utilizado da liberação de recursos para pressionar governadores a apoiarem a proposta do governo de reforma da Previdência, que pretende restringir o acesso à aposentadoria.