A Comissão da Verdade oficializou nesta segunda (17) que suas investigações alcançarão somente as violações aos direitos humanos praticadas por agentes do Estado, ou a serviço da ditadura militar (1964-1985). A decisão, publicada no Diário Oficial, diz que o grupo elucidará abusos (como assassinatos, torturas e desaparecimentos) praticados "por agentes públicos, pessoas a seu serviço, com apoio ou no interesse do Estado".
Com o apoio de dezenas de entidades, entre as quais a ABI, o Grupo Tortura Nunca Mais, o CREA e o Clube de Engenharia, o Sindicato dos Economistas, foi lançada nestes dias, na Ordem dos Advogados do Brasil-RJ (OAB-RJ), campanha em favor do tombamento dos Centros de Tortura e apresentado o projeto Marcas da Memória.
Por Mário Augusto Jakobskind*
A Comissão Nacional da Verdade vai convocar o coronel da reserva Carlos Alberto Brilhante Ustra, para que fale sobre sua atuação à frente do Departamento de Operações e Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi). Ele comandou o orgão de repressão, vinculada ao 2º Exército, entre 1970 e 1974, um dos períodos mais duros do regime militar
Organizações se reúnem para investigar crimes da ditadura contra população indígena. Tribos indígenas inteiras foram dizimadas durante a Ditadura Militar no Brasil.
Por Lilian Milena*
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) condenou os atos de violência registrados na Araucanía chilena, nos quais crianças da etnia mapuche foram baleadas.
“A tortura é eficaz, a maioria das pessoas não aguenta e fala. Depois, da maioria dos casos, nós os matávamos. Por acaso isso me colocou problemas de consciência? Não, a verdade é que não”. O autor dessa “confissão” é uma peça-chave da estratégia repressiva de prisões, torturas e desaparecimentos aplicada no sul da América Latina a partir dos anos 70.
O Arquivo Nacional liberou o acesso ao público a cerca de cinco mil fotografias tiradas por agentes da ditadura militar. O acervo era do extinto Serviço Nacional de Informações (SNI) e estava na Agência Brasileira de Informação (Abin) até 2005, quando foi transferido para o Arquivo Nacional.
O juiz Mario Carroza condenou os coronéis Edgar Cevallos e Ramón Cáceres pela autoria das torturas que provocaram a morte em 1974 do então general da Força Aérea do Chile (Fach) Alberto Bachelet, pai da ex-presidente Michelle (2006-2010).
19 de julho de 1971- "Foi suicídio”. Essa foi a notícia que chegou para Iracema Merlino, minha avó, quatro dias depois de três homens armados terem levado seu filho, Luiz Eduardo, de sua casa em Santos para o DOI-Codi, centro de tortura da ditadura militar em São Paulo. Na missa de sétimo dia, na Catedral da Sé, os mesmos três homens que foram buscar o filho vieram dar-lhe os pêsames.
Por Tatiana Merlino*
No domingo 1º de julho, o jornal Diário do Amazonas trouxe uma crônica de ampla repercussão na internet: o compositor gaúcho Lupicinio Rodrigues teria sido preso e torturado pela ditadura durante meses a fio por manter amizade com João Goulart e Leonel Brizola. Suas unhas teriam sido arrancadas para impossibilitá-lo de tocar violão.
Por Cynara Menezes*, na Carta Capital
A pastoral carcerária gravou depoimentos de vítimas de tortura em 20 estados brasileiros. Os relatos vão de espancamentos pela polícia civil e militar no momento da prisão até repetidas agressões dentro de unidades de detenção.
Policiais torturam para forçar confissões, agentes penitenciários torturam para castigar os presos. Há centenas de denúncias todos os anos mas poucos agentes do Estado são punidos.
Por Ana Aranha, com colaboração de Jessica Mota, em Agência Pública