O documentário "Soldados do Araguaia", de Belisário Franca, mostra os sofrimentos infligidos pelo governo a quem lutou em nome do regime – ou seja, depoimentos de soldados que mesmo lutando pelo Estado, sofreram em sua mão
Centenas de pessoas se reuniram neste sábado (1º/4) no 4º Ato Unificado Ditadura Nunca Mais, que reivindica a transformação das dependências do antigo Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), em memorial. O local, na Zona Sul de São Paulo, foi usado para tortura a presos políticos durante a ditadura militar.
João Ilair Teixeira da Costa interrompe a conversa e vai até um quarto. Demora alguns minutos e retorna com sete fotos nas mãos. A equipe se entreolha curiosa. O que Ilair traz são sete fotos inéditas da época da Guerrilha do Araguaia, ocorrida na década de 1970 no Pará e em Xambioá (antes Goiás, atualmente Tocantins).
A prática da tortura é um câncer que se propaga de Norte a Sul. Apesar do que se pensa, ela não foi erradicada com a redemocratização.
Por Leneide Duarte-Plon, de Paris*, na Carta Maior
Tudo era cinzento naquele ambiente politicamente viciado do início dos anos 70. Desde a implantação do Ato Institucional nº 5, vivíamos sob uma guerra surda e suja, em que nosso lado era vítima de "tiroteios" onde só o inimigo atirava e só a nossa turma morria.
Por Haroldo Lima*, especial para o Vermelho
Acontece na próxima segunda-feira (27), às 14h30, a audiência pública em alusão ao Dia Internacional de Luta contra a Tortura.
O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara pode instaurar, nesta quarta-feira (15), processo contra o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ). A representação contra Bolsonaro, apresentada pelo Partido Verde (PV) em abril, afirma que o deputado fez apologia à tortura ao homenagear o coronel Brilhante Ustra ao declarar seu voto durante a sessão sobre a abertura do processo de impeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff.
O prisioneiro do campo de concentração estadunidenese situado na base ilegal de Guantânamo, em território cubano, Gulid Hassan Durad, afirmou em tribunal que foi diariamente objeto de tortura mental na sua cela, desde que foi transferido para o Campo 7 da instalação.
Nesses últimos meses de prévias eleitorais nos Estados Unidos, vários candidatos à Presidência pronunciaram-se com tom de aprovação a respeito das chamadas “técnicas avançadas de interrogatório”. Eles se referem ao programa conduzido pela Agência Central de Inteligência, a CIA, que submeteu indivíduos detidos pelos EUA após os ataques de 11 de setembro, a tratamentos que podem constituir tortura.
Por Maria Laura Canineu e Laura Pitter*
Imagens de mulheres presas e torturadas na ditadura militar tremulavam em um varal improvisado entre árvores, enquanto jovens recrutas deixavam o 1º Batalhão de Polícia do Exército na manhã de hoje (2). Na Rua Barão de Mesquita, no Rio de Janeiro, por onde os jovens saiam, sobreviventes da tortura e feministas fizeram uma instalação em memória das vítimas da violência do regime.
“Há uma sequência de fatos demonstrando que Jair Bolsonaro ultrapassa os limites que a imunidade parlamentar lhe dá como direito. Não estou discutindo opinião e ideologia, mas sim a apologia ao crime. Tortura é crime hediondo, inafiançável e que não pode ficar impune por se tratar de um deputado”, diz a vice-líder do governo, Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
O vereador Pedro Tourinho (PT) protocolou e a Câmara aprovou, na sessão de 25/04, uma Moção de Protesto contra a ação do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ). O protesto é em relação ao fato do parlamentar ter elogiado o torturador da ditadura militar, Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, durante sessão da Câmara dos Deputados, na noite do domingo (17/04). O documento da Câmara de Campinas recebeu o apoio de vinte parlamentares.