No contexto de uma nova onda de violência fatal, o presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovytch anunciou nesta sexta-feira (21) eleições presidenciais antecipadas e uma reforma constitucional. Além disso, também se compromete com a formação de um governo de unidade nacional, depois de o premiê já ter sido substituído. As duas questões estão entre as principais na agenda da oposição ucraniana, impulsionada pela extrema-direita, apesar das cerca de 80 mortes nesta semana.
Bandeiras de separatistas tchetchenos e sírios foram içadas no sábado passado por extremistas ucranianos na Praça da Independência, centro da rebelião antigovernamental em Kiev, juntamente com a bandeira da Ucrânia.
A comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, pediu nesta quarta-feira por calma e diálogo na Ucrânia, depois de na terça-feira 22 pessoas terem morrido em consequência da escalada nos distúrbios protagonizados por opositores.
Na Ucrânia, enquanto a violência se mantém nas ruas, a ameaça de sanções europeias se intensifica. Nesta quarta-feira (19) estima-se que a nova onda de confrontos – na décima semana de protestos contra o governo, liderados pela direita ucraniana com o apoio declarado da União Europeia (UE) e dos EUA – deixou 10 policiais e 15 civis mortos, de acordo com o Ministério do Interior. O presidente Viktor Yanukovich anunciou que esta quinta (20) será um dia de luto.
A ingerência estrangeira na crise da Ucrânia aflora de forma mais aguda, enquanto persiste um estancamento na busca de um compromisso entre o Governo e a oposição para uma saída do conflito, em uma luta pelo poder.
Os desenvolvimentos da crise ucraniana (política, econômica e social) dos últimos meses e semanas assumem extrema gravidade. Desde logo, ressalta o brutal envolvimento e a ingerência do imperialismo na vida da antiga República soviética.
Luís Carapinha*, no jornal Avante!
O que está a acontecer na Ucrânia está longe de ser uma luta entre uma oposição “democrática” pró-UE e um regime “autocrático” pró-Rússia. Os partidos pró-UE na Ucrânia nasceram da “Revolução Laranja” de 2004 e são inimigos da classe trabalhadora e da soberania ucranianas.
Por John Catalinotto, no Diário.Info
Os maníacos por controlar o mundo, em Washington, pensam que só é democrático o que Washington decida e imponha contra outros países soberanos. Nenhum outro país da Terra será jamais capaz de tomar uma, sequer uma, decisão democrática.
Por Paul Craig Roberts*, no Institute for Political Economy
Washington e Bruxelas têm pressa, porque a decisão da Ucrânia de estreitar a cooperação com a União Aduaneira fará crescer rapidamente o apoio eleitoral para Viktor Ianukovitch, o que pode levá-lo a vencer as eleições de 2015.
Por Nikolai Malishevski, no Strategic Culture
Os desenvolvimentos da crise ucraniana (política, econômica e social) dos últimos meses e semanas assumem extrema gravidade. Desde logo ressalta o brutal envolvimento e ingerência do imperialismo na vida da antiga República soviética.
Luís Carapinha*, no jornal “Avante!”
O vice-premiê da Ucrânia, Serguei Arbuzov foi designado, nesta quinta-feira (6), como o novo primeiro-ministro do governo, em meio às tensões políticas denunciadas pela esquerda como tentativas de golpe da extrema-direita ucraniana. Através de um decreto, o presidente Viktor Yanukovich nomeou Arbuzov para ocupar o cargo, uma vez que o ex-premiê Nicolai Azarov demitiu-se no final de janeiro, “para evitar a escalada da crise.”
Circulam em diversos portais de esquerda as notícias, desde este fim de semana, sobre a criação de milícias populares na Ucrânia, organizadas pelo Partido Comunista Ucraniano (PCU), para enfrentar as ações da direita fascista, que mergulharam o país na instabilidade e na violência política há mais de um mês.