Na última semana, a greve dos policiais militares cearenses – e principalmente o “Dia em que Fortaleza parou” – foi aqui abordada. Propositadamente, excetuando-se a conclusão do artigo, absolutamente nenhum comentário foi tecido a respeito da coerção, da corrupção e da violência policial, bem como do papel fundamental que essa instituição exerce como mantenedora do status quo. Este, pensei, era assunto para muitas outras linhas.
A União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Estadual dos Estudantes de São Paulo (UEE-SP) vêm à público manifestar absoluto repúdio aos injustificáveis episódios de autoritarismo e violência na Universidade de São Paulo (USP), que culminaram na agressão realizada por um policial militar – cuja identidade ele escondeu – ao estudante Nicolas Menezes, aluno da EACH (Escola de Artes, Ciências e Humanidades), no último dia 6 de janeiro.
Por Túlio Vianna
Sempre que ocorre um crime grave em uma comunidade, a consequência imediata é um pânico social. A reação instintiva é buscar hipóteses que, caso estivessem implementadas, poderiam ter evitado o crime. É assim na reunião de condomínio após o arrombamento no prédio e é assim também, com a devida ampliação exponencial, nas reportagens da mídia após atentados terroristas. Todos buscam soluções mágicas para evitar a todo custo que a situação se repita.
Foi afastado da corporação o sargento André Ferreira da Polícia Militar (PM) de São Paulo, que sacou uma arma e ameaçou um estudante negro, no campus Butantã da Universidade de São Paulo (USP), Zona Oeste da capital paulista, nesta segunda-feira (9). As agressões físicas e verbais contra Nicolas Menezes Barreto, do campus Leste, foram registradas em vídeo por outros estudantes e divulgadas na internet.
Um vídeo postado hoje (9) no blog USP em Greve, dos estudantes da Universidade de São Paulo, flagra a atuação violenta da Polícia Militar no campus Butantã, no prédio ocupado por estudantes, desde 2009, onde foi instalado o Diretório Central dos Estudantes (DCE). Nas imagens, um PM não identificado agride um jovem negro por não exibir documento de identificação de estudante. A PM Convocou uma coletiva de imprensa para explicar o fato.
As universidades públicas brasileiras foram destaque em 2011. O mais importantes ranking de instituições de educação superior, divulgado em outubro, selecionou duas brasileiras: a Universidade de São Paulo (USP), em 178º lugar, e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), entre o número 276 e o 300. O Times Higher Education seleciona as 400 melhores do mundo. No ano passado, a lista tinha 200 universidades e nenhuma brasileira.
Os seis estudantes expulsos da Universidade de São Paulo (USP), na semana passada, vão recorrer do despacho, assinado pelo reitor João Grandino Rodas, tanto no âmbito da instituição, quanto na Justiça comum. Desde o início da tarde de hoje (19), cerca de 300 jovens protestam no campus Butantã, na Zona Oeste da capital paulista, contra as expulsões.
Estudantes da Universidade de São Paulo (USP) marcaram nova manifestação para esta segunda-feira (19), com concentração a partir das 13h, em da Reitoria do campus Butantã da USP. Desta vez, eles protestam contra a expulsão de seis alunos da universidade. Também está previsto um acampamento em frente ao prédio onde fica o reitor João Grandino Rodas, que assinou decreto que oficializou a expulsão.
Um despacho divulgado ontem (16), no Diário Oficial do Estado de SP, o Reitor João Grandino Rodas decidiu expulsar seis estudantes da USP moradores do CRUSP por conta da ocupação da sede da COSEAS (Moradia Retomada). As expulsões estão baseadas no decreto de 72, da ditadura militar, ainda vigente no Regimento Geral da USP, que permite perseguições e penalidades políticas.
A greve dos estudantes no campus Butantã, da Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista, continuará em 2012. Por isso, os calouros serão recebidos pelo comando de greve da USP e não pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE), como tradicionalmente acontece. Novos estudantes de todos os cursos participarão, pelo menos um dia, das atividades na USP organizadas em torno da paralisação. Calouros dos campi do interior devem seguir de ônibus para participar das atividades na capital.
Documento que chegou às mãos do deputado estadual Carlos Gianazzi (PSOL-SP), durante a audiência pública que aconteceu na segunda-feira (28), na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), sobre a presença da Polícia Militar (PM) no campus da Universidade de São Paulo (USP), aponta que reuniões do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), e da Associação dos Docentes da USP (Adusp), teriam sido monitoradas. Não foi revelado quem estaria no comando desse monitoramento.
O Ministério Púbico de São Paulo abriu mega-investigação contra a Reitoria da USP, acusada de eventual “violação aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, burla ao acesso de cargo mediante concurso público, lesão aos cofres públicos e improbidade administrativa”. O principal investigado é o advogado João Grandino Rodas, atual reitor da USP, e um dos braços-direitos de Geraldo Alckmin e José Serra.