Os alunos da Universidade de São Paulo (USP), em greve desde último dia 8, decidiram, em assembleia realizada nesta quarta-feira (23), continuar com a paralisação. A reunião, ocorrida em frente ao prédio da Poli, uniu estudantes de diversos cursos, entre eles, Letras, Biologia, História, Geografia, Física, Direito e Veterinária.
O Ministério Público solicitou nesta segunda-feira (21) a abertura de inquérito para investigar a ação da Polícia Militar na desocupação da Reitoria da USP.
As razões da militarização do campus da USP transcendem os limites e dados recentes a partir dos quais tem sido discutida. Por que não propor a mudança do teor ermo e rural do campus por sua urbanização efetiva, o aumento de cursos noturnos etc.?
No último domingo (13), o jornal Folha de São Paulo publicou matéria que, além de mau jornalismo, pode ser considerada uma farsa revoltante e uma legítima aberração científico-estatística. Pesquisa do instituto Datafolha, que pertence ao grupo que controla o jornal, foi estampada em sua primeira página sob um título que distorce os fatos e que se baseou em uma grosseira manipulação da base de dados da pesquisa.
Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania
Todos concordam que, no Estado de Direito, ninguém está acima da lei. Com base nessa premissa, não é possível conceber-se espaços isentos do controle de legalidade estatal. Por que, então, se essa é uma premissa razoável, defender que a Polícia Militar não possa fincar raízes na USP para o controle da legalidade? Por que ela pode estar em outros espaços públicos e não se pode conceber sua presença ali?
Por Paulo Arantes, Marcus Orione e Jorge Luiz Souto, blog educarparaomundo
Em ato contra a presença da Polícia Militar na USP, a professora de Filosofia Marilena Chauí faz um breve histórico do processo de repressão na universidade. Ela defende que não basta diretas para reitor. É necessário uma reorganização da universidade para que ela se torne um espaço de participação e decisão coletiva. Apesar de a fala ter sido realizada em 16 de junho de 2009, permanece bastante atual.
Na assembléia coordenada pelo diretor da UNE e do DCE Livre da USP, Thiago Aguiar, mais de três mil estudantes deflagraram greve geral contra a presença da PM na USP. No vídeo da TV Vermelho, os estudantes denunciam crimes e agressões cometidas pela PM dentro do campus, sobretudo, no dia da violenta invasão da Tropa de Choque à reitoria ocupada pelos estudantes.
É o título de uma coletânea de contos sci-fi de Robert Silverberg, lançada em 1970. Menos valorizado que Asimov, Bradbury e K. Dick, ele é autor de uma indiscutível obra-prima, Mundos fechados (1973).
Por Celso Lungaretti, em seu blog
Em liberdade, os estudantes soltos na madrugada desta quarta-feira (9) afirmam que a violência da PM durante toda a operação de reintegração de posse do prédio da reitoria é de inteira responsabilidade do reitor da USP, João Grandino Rodas, e do governador do estado, Geraldo Alckmin (PSDB). Eles relatam que na delegacia houve orientação do governo do estado para tentar agravar a situação dos manifestantes.
Em uma votação apertada, a assembleia com mais de 3 mil estudantes deflagrou greve geral contra a PM na USP, na noite desta terça-feira (8). Dos 73 estudantes presos pela operação de reintegração de posse do prédio da reitoria, três foram soltos na tarde desta terça e os outros 70 durante a madrugada desta quarta (9), sob o pagamento de quase R$ 40 mil reais de fiança. Em nota, pais dos estudantes presos repudiaram a violência da polícia durante toda a operação.
Previsivelmente, a ditadura mal extirpada em 1985 insinua-se pelas frestas da democracia. A presença e a ação da Polícia Militar no campus da USP, como um túnel do tempo, nos remete diretamente aos anos de chumbo, quando tais demonstrações de força, de uma truculência e de um ridículo atroz, eram amiúde utilizadas para intimidar estudantes e cidadãos.
Por Celso Lungaretti, em Náufrago da Utopia
A mãe de um estudante da USP (Universidade de São Paulo) foi detida na tarde desta terça-feira (8) por xingar um policial militar durante a manifestação organizada em frente ao 91º Distrito Policial, para onde cerca de 70 estudantes detidos durante a reintegração de posse foram levados.