Apesar de não ser novidade que jovens negros são as maiores vítimas da Polícia no estado de São Paulo, os dados do Fórum Brasileiro de Segurança, divulgados nesta quinta (17), reafirmam essa realidade. De acordo com a pesquisa – que engloba dados de 2014 a 2016 – 16% dos mortos por policiais tinham menos de 17 anos, o dobro da proporção dos de homicídio geral (8%). E, além disso, 67% das vítimas fatais de ações policiais eram pretos ou pardos.
Por Verônica Lugarini
Desde 2014, o segundo domingo do mês de maio, data em que se comemora o Dia das Mães, ganhou significado de luta para a carioca Ana Paula Oliveira. Na próxima segunda-feira (14), o assassinato de seu filho, Jonathan de Oliveira Lima, completa quatro anos.
O Dia das Mães comemorado neste domingo (13) tem um sabor amargo para ao menos 505 famílias que tiveram seus filhos assassinados brutalmente, em maio de 2006, quando as polícias paulistas e grupos de extermínio revidaram os ataques e assassinatos de 59 agentes de segurança protagonizados pela facção Primeiro Comando da Capital (PCC).
O Brasil teve no ano passado 5.012 pessoas foram mortas por policiais, um aumento de 19% em relação a 2016, quando o número registrado de vítimas foi de 4.222. Enquanto isso, no mesmo período o número de policiais mortos caiu 15% (453 policiais), segundo dados do Monitor da Violência, um levantamento do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Medo e desconfiança são as duas palavras mais usadas por moradores de favelas do Rio de Janeiro para descrever seu sentimento em relação à Polícia Militar. É o que aponta um levantamento sobre as percepções de segurança pública com mais de 6 mil pessoas, que foram visitadas em suas casas entre setembro de 2015 e fevereiro de 2016. Os resultados foram apresentados nesta quarta-feira (28).
No último final de semana, duas chacinas, uma na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro e outra no município de Maricá, na Região Metropolitana, deixaram um total de 13 mortos.
O assassinado da vereadora Marielle Franco e de Anderson Gomes, é um daqueles fatos que nos desperta tristeza e indignação. Não por seu ineditismo ou excepcionalidade, mas por revelar de forma crua, inequívoca, o que se tornou o Brasil: um país onde o ódio tem colocado em risco não só a democracia, mas qualquer esperança civilizatória.
Por Maria Valéria Duarte de Souza *
Mame Mbaye, imigrante senegalês de 35 anos, que vivia há 13 em Madri, capital da Espanha, trabalhando como vendedor ambulante, morreu vítima de um ataque cardíaco durante uma operação policial no bairro de Lavapiés, na sexta-feira (16). Após o ocorrido, o bairro tornou-se palco de diversas manifestações contra a violência e a repressão do governo de Rajoy
“Só vamos embora quando tiver dois ou três corpos no chão!”. “Viemos tocar o terror”, gritavam os policiais do 41° Batalhão da Polícia Militar (BPM) na manhã do dia 10 em uma incursão à comunidade de Acari, na Zona Norte do Rio de Janeiro. A favela foi cercada por três caveirões. Em meio tiros para o alto, na direção das pessoas, os policiais invadiram casas, quebraram portões e fotografaram a identidades de moradores apavorados.
Um soco no estômago. Não me lembro de uma noite tão perturbadora. Difícil ver expostas as vísceras da cidade onde nasci. A frase que Flávio Dino pronunciou no auge da luta contra o impeachment ficou martelando na minha cabeça durante a madrugada: "Tiraram o gênio do fascismo da garrafa".
Por Ricardol Capelli*
Em ato de homenagem a Marielle Franco, realizado em Pernambuco, nesta quinta-feira (15), a presidenta nacional do PCdoB, deputada federal Luciana Santos, ressaltou que esse episódio é um crime político. A deputada considera que a vereadora assassinada no Rio de Janeiro é um mártir na luta contra o ódio e a intolerância.
As lideranças do PCdoB, PT, PSOl e outros partidos solicitaram a criação de uma comissão externa para acompanhar as investigações do assassinato da vereadora.