CSC tem peso

Artigo de Uriel Villas Boas

Os trabalhadores metalúrgicos em todo o mundo estão na vanguarda das lutas operárias. É uma categoria cujas atividades tem reflexos em quase todas as demais. Um produto como o aço que é fabricado pelos metalúrgicos, é usado em um grande número de outras atividades e nos seus desdobramentos, como na fabricação de equipamentos  os mais diversos.



No recente Congresso da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, este foi um tema em discussão, como  um chamamento à luta, de trabalhadores ali representados pelas lideranças nos vários Estados. Foram  muitos debates, muitas propostas e ao final foi aprovado um Plano de Lutas, que tem seu inicio marcado com uma manifestação em São Paulo, na entrega da pauta de reivindicações à classe patronal, para renovação do Acordo Coletivo.



Por sinal, uma das reivindicações é justamente a fixação da data-base de forma unificada, para o mês de setembro. Outras manifestações serão realizadas, inclusive em Brasília, mostrando a insatisfação dos trabalhadores com o desrespeito a direitos conquistados na luta, como no caso da jornada de seis horas para o turno de revezamento  conforme determina a Constituição Federal.



Mas há outras questões muito importantes, como a “aposentadoria especial”. A legislação previdenciária nos últimos anos vem recebendo constantes modificações, sempre em prejuízo dos trabalhadores. E a categoria metalúrgica sofre com as mudanças, levando em consideração as péssimas condições de trabalho na maioria das Empresas. Inventaram um tal de fator previdenciário, que “bagunçou” a vida de quem pretende requerer a aposentadoria.



Outro tema que mereceu muita atenção tem a ver com as terceirizações. Esta é uma situação que atinge todas as atividades incluindo o serviço público, passando pelo estatal e atingindo também a iniciativa privada. Além dos prejuízos com a redução dos níveis salariais, causa também a divisão entre os trabalhadores de uma mesma empresa  ou atividade É um problema que precisa ser enfrentado em seu conjunto.



Muitas outras propostas foram discutidas, elaborando-se um importante documento que vai servir de orientação para o movimento operário metalúrgico.



Foi um Congresso de grande repercussão e que contou com a presença de muitas delegações internacionais. Na abertura esteve presente o “metalúrgico” Lula, o atual Presidente da República, além de muitas autoridades das várias áreas públicas.



Todos aqueles que estiveram presentes e a diretoria que foi eleita para comandar a CNM nos próximos três anos, por certo saíram convictos de que a luta vai ser muito difícil, mas a disposição estará presente. É o compromisso da categoria, como contribuição à luta dos demais trabalhadores.



Os integrantes da CSC-Corrente Sindical Classista estiveram presentes. São militantes de Sindicatos de vários Estados, com presença significativa nos vários ramos metalúrgicos. E em todas as atividades do Congresso fizeram manifestações à partir de experiências e de uma prática objetiva em termos da busca da mobilização da classe operária, única forma de atingir objetivos e enfrentar a organização patronal, cada vez mais repressora.



A direção da CNM para o próximo triênio foi formada pelo entendimento entre as várias tendências políticas presentes, numa demonstração de negociação aberta e transparente. O objetivo maior sem dúvida, foi o de buscar a unidade numa luta muito difícil e que exige a compreensão da necessidade da avaliação objetiva de quais atitudes podem e deverão ser adotadas.



O desafio está presente em todos os momentos, e os operários metalúrgicos por certo estarão na linha de frente dessa luta permanente.


 
Uriel Villas Boas – Coordenação CSC-Baixada Santista