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Chanceler venezuelano critica “plano aventureiro” dos EUA

O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que o governo dos Estados Unidos promove um “plano aventureiro” para qualificar seu país como Estado “terrorista”.

“É um passo aventureiro (…) Ninguém pode nos qualificar ou aplicar leis de outras nações (…) A Venezuela não tem nada a temer, atua com respeito aos princípios, é um modelo de democracia”, disse Maduro após as afirmações do presidente norte-americano, George W. Bush, que vinculou o presidente Hugo Chávez às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).



Maduro disse que os Estados Unidos sempre foram um país “violento e belicista”. Por isso, segundo ele, a Venezuela não “cairá em provocações com as declarações desta gente”. Também comentou que, após a Cúpula do Grupo do Rio, realizada no último fim de semana em Santo Domingo, os Estados Unidos “lamentaram” a resolução do conflito entre Equador, Colômbia, Nicarágua e Venezuela.



“O governo dos Estados Unidos ficou em silêncio, enquanto toda a América Latina, o Caribe e parte do mundo saudavam o bonito resultado da Cúpula de Santo Domingo (…) Sua primeira reação foi de intriga, de atiçar os ventos de conflito, de lamentar que tenha se resolvido”, disse o chanceler.



Maduro também criticou a participação da Organização dos Estados Americanos (OEA) na crise com a Colômbia. Para ele, a atuação do organismo foi “muito abaixo das expectativas e necessidades do conflito”, contrária aos “êxitos” obtidos após a Cúpula, na qual os presidentes da Venezuela, Colômbia, Equador e Nicarágua apertaram as mãos.



Por último, Maduro reiterou que seu país tem “uma conduta muito clara”. Segundo ele, “é preciso ver qual governo é terrorista, e o destino da história dos próximos meses verá o julgamento do próprio povo dos EUA sobre o caráter violento e terrorista que significou a administração de Bush para os Estados Unidos e o mundo”.


 


Telhado de vidro


 


Na manhã desta quarta-feira (12), o presidente norte-americano George W. Bush atacou seu colega venezuelano, Hugo Chávez, por supostos vínculos com as Farc e o acusou de utilizar os lucros do petróleo para alimentar una campanha contra os Estados Unidos.



Já o vice-ministro da Segurança Cidadã da Venezuela, Tarek El Aissami, disse que a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu que seu país é uma das nações “que combate com maior firmeza o narcotráfico”.



“A ONU é consciente de que durante os últimos noves anos o governo tem desenvolvido políticas constantes, claras e coerentes” na luta contra o narcotráfico, assegurou El Aissami em um comunicado emitido ontem.



Segundo ele, essas declarações são uma “resposta à intenção do governo dos Estados Unidos de incluir a Venezuela na lista de nações que ajudam e patrocinam as ações terroristas e o narcotráfico”.



El Aissami revelou que a Venezuela apreendeu em 2007 quase 57 toneladas de drogas e desmantelou 13 laboratórios de processamento de entorpecentes. “Nós somos vítimas do narcotráfico. Não produzimos e tampouco consumimos, mas a localização geográfica do país e a situação limítrofe com a Colômbia nos põe dentro da via de exportação e trânsito ao resto do mundo e especialmente aos Estados Unidos”, disse o vice-ministro.



Por esse motivo, afirmou que os Estados Unidos não têm “moral” para falar contra o narcotráfico, já que este país é o “primeiro consumidor de droga no mundo”. De acordo com o Escritório Nacional Antidrogas (Ona), a Venezuela é considerada local de “trânsito” de entorpecentes produzidos na Colômbia.



Fonte: Ansa Latina