Estudante fala de sua militância e do 14º Congresso da UJS
Entre os dias 29 de maio a 1º de junho, a capital paulista sediará o 14º Congresso Nacional da UJS (União da Juventude Socialista). Uma das novidades que devem permear o debate do próximo congresso será a proposta de maior autonomia para as frentes de atu
Publicado 19/04/2008 16:24
Com a proximidade do 14º Congresso da UJS, quais são as perspectivas para os jovens da frente de atuação secundarista?
Osvaldo – A perspectiva é de continuar conscientizando e mobilizando a juventude para a luta por um uma educação de qualidade, por um Brasil soberano e propagar as idéias do socialismo com o objetivo de construir uma nova sociedade com mais justiça e direitos para a juventude.
Você acha que tem pouco jovem envolvido no movimento estudantil da frente secundarista?
Osvaldo – Hoje vem crescendo o interesse da juventude por uma participação política. Exemplo disso são os estudantes querendo participar de grêmio estudantil e movimento estudantil.
Mas sabemos que ainda existe uma ampla parcela que ainda não conseguiu se interessar por uma participação por conta da alienação política e da influência do sistema que coloca para a juventude que o mais importante é o consumismo e o individualismo.
Estes são fenômenos do sistema, do imperialismo e da mídia que querem alienar os jovens e apresentam para a juventude uma outra realidade.
Para estes setores conservadores, não interessa ver a juventude com maior consciência crítica e uma melhor formação política, pois são as principais armas para uma transformação, e isso não interessa os setores conservadores.
E como coordenador do coletivo secundarista o que você faz para combater essa alienação?
Osvaldo – É através da luta política e de idéias. A luta de classes é constante e o nosso objetivo é sempre obter lutas por transformações que modifiquem a situação da juventude brasileira.
Montando grêmio estudantil na escola, resgatando a história do movimento, levantando as principais bandeiras atuais como, defesa de uma educação com mais investimento e qualidade, mais democracia, cultura na escola, sarau e atividades esportivas.
Sempre mostrando para o jovem que é possível ele se organizar e se conscientizar e transformar a sociedade. Construir um trabalho coletivo é a saída para combater a alienação.
E normalmente como é o primeiro contato com os alunos na escola?
Osvaldo – No primeiro contato é basicamente o mesmo padrão. Assim como quando eu entrei no movimento. O primeiro contato acontece através de nossas manifestações, construção de grêmios e atividades culturais nas escolas.
As pessoas perguntam como é, como funciona a organização, qual o objetivo dela e o jovem depois que entende o funcionamento se interessa e se sente impulsionado a participar.
O jovem vê que são objetivos em comum com seus ideais e que podem ter um papel social e transformador dentro da sociedade.
Infelizmente hoje ainda temos muitos jovens alienados pelo sistema, por isso nosso objetivo é construir uma UJS de massa, é falar para toda a juventude em toda a sua diversidade.
É na escola que encontramos os jovens que curtem skate, rock, hip-hop, ou que fazem parte do movimento GLBTT, é na escola que há a formação do jovem como cidadão e conseqüentemente é através dessa diversidade que conseguiremos falar para uma sociedade massiva.
O nosso maior desafio é a conscientização e organização de toda a juventude na luta por um novo país. Um país soberano e socialista.
E como o 14º congresso poderá auxiliar neste processo?
Osvaldo – A militância da frente secundarista tem participação e atuação destacada no interior da UBES e do movimento estudantil em geral. A UJS já dirige a UBES há quase 25 anos e não é à toa, isso se dá através da concepção do movimento amplo, participativo, combativo, unitário e representativo.
O objetivo neste processo que levará ao Congresso é ganhar “corações e mentes” dessa juventude filiando jovens na UJS, e organizando núcleos da entidade dentro das escolas.
Estes núcleos terão papel organizativo das nossas atividades nas escolas, e ajudarão a propagar nossas idéias.
Uma coisa importante é o cadastramento destes núcleos que em breve poderá ser feito através da Internet, no site da UJS, ou através de uma ficha de cadastramento de núcleo.
E a realidade política hoje, como afeta na formação destes jovens?
Osvaldo – Estamos vivendo um momento favorável em nosso país com programas sociais que ajudam em uma maior participação e acesso da juventude. Além disso vivemos com as forças progressistas da América Latina, marcado por governos de Hugo Chávez na Venezuela, Daniel Ortega na Nicarágua, Evo Morales na Bolívia e Lula no Brasil.
A juventude brasileira tem papel destacado nessa luta antiimperialista e na luta pela paz. Mas ainda estamos em um processo de acúmulo de forças para combater as desigualdades sociais e superar o neoliberalismo.
E por qual motivo você acha importante para a formação da juventude a esquerdização da América Latina?
Osvaldo – Essa é uma grande oportunidade da juventude saber que está vivendo em um novo momento na América Latina.
Momento de governos de esquerda que se propõem a construir um projeto alternativo, um projeto baseado na defesa nacional, nos direitos de programas sociais e, principalmente, de integração da América Latina.
Isso ajuda a juventude a se interessar mais, pois este novo momento é também marcado pelo resgate das heranças de grandes lideranças como Che Guevara, cuja frase é o mote da campanha do Congresso (“Se o presente é de luta, o futuro nos pertence”), José Marti, Simón Bolívar, João Amazonas, Honestino Guimarães, entre outros grandes nomes.
A De acordo com a tese do 14º Congresso uma das “lutas” da campanha das próximas eleições será combater a despolitização impostas pelos reacionários. O que a UJS pretende fazer?
Osvaldo – A UJS pretende enfrentar estes problemas através da conscientização da juventude utilizando a política que é um instrumento presente todos os dias na vida de todos.
O pão que ele come, a escola que ela estuda, o passe de ônibus e do metrô, tudo isso depende de uma política que é aplicada na nossa sociedade. O nosso desafio é politizar a juventude mostrando a importância da participação e da mobilização para mudar o sistema vigente e a sociedade.
Para lutar com o objetivo de transformar a sociedade levantamos bandeiras políticas como as chamadas reformas estruturais do nosso país, que são as reformas políticas, tributárias, de mídia, agrária, de educação e urbana.
De 29 de maio à primeiro de junho acontece o 14º Congresso da entidade. Em outubro teremos eleições. Quais são os preparativos para incentivar o “Voto aos 16” no decorrer do Congresso?
Osvaldo – Já estamos realizando e vamos intensificar os debates nas escolas sobre a participação política da juventude através do voto. Há vinte anos a UJS conquistou o “Voto aos 16”, agora temos que fortalecer esta campanha e atingir o maior número de jovens a tirarem o seu título, garantindo assim o seu direito ao voto e ajudando a construir a cidadania e a transformar as suas necessidades e bandeiras através das propostas dos seus candidatos.
Fonte: UJS