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Lupi volta a defender redução da jornada de trabalho

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi,  voltou a defender nesta sexta-feira (2) o movimento das centrais sindicais de redução da jornada de trabalho, de 44 para 40 horas semanais. Ao entregar os primeiros exemplares da nova carteira de trabalho inf

''Acho que é justa a reivindicação dos trabalhadores. Como ministro de

Estado, não compete a mim fazer qualquer tipo de campanha a favor ou

contra o reivindicação. Acho que tem de passar primeiro pelo Congresso

Nacional. Por exemplo, se a bancada do PDT quiser ouvir a minha

opinião, enquanto cidadão, é favorável. Agora, como ministro de Estado,

eu tenho de negociar, ouvir a parte patronal e buscar uma saída de

consenso. Enquanto cidadão acho justo e a maior parte dos países

modernos faz isso – afirmou o ministro.


País não perderá competitividade

As seis principais centrais sindicais existentes no Brasil escolheram a

redução da jornada de trabalho como bandeira unificada do 1º de Maio

deste ano e assinaram um inédito manifesto conjunto defendendo a

reivindicação. As centrais e outras entidades e movimentos sociais

estão coletando um abaixo-assinado com 1 milhão de apoios à redução da

jornada, de 44 para 40 horas semanais. A última redução da jornada

oficial no Brasil, de 48 para 44 horas,  ocorreu com a Constituição de

1988.

O ministro citou o resultado de estudo recente do Dieese (Departamento

Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos), segundo o

qual a redução da jornada poderia gerar a criação de 1,8 milhão a 2

milhões de novos empregos na economia. Ele destacou que o  país não

perderá competitividade com a medida, pois toda a economia mundial tem

leis parecidas.

Segundo Lupi, o papel do ministério será o de mediar as reivindicações

com o setor patronal. ''Essa questão exigirá muita capacidade de

negociação'', comentou.


Lupi e o ''Caso Paulinho''

Indagado pela imprensa, Carlos Lupi afirmou ainda que não pode haver um

julgamento sem direito a defesa do deputado federal Paulo Pereira da

Silva, o Paulinho da Força (SP), seu companheiro de PDT, que está sendo

investigado pela Polícia Federal, acusado de envolvimento em desvio de

recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e

Social).

''O que a Polícia Federal apresentou são indícios, mas que precisam de

provas para afirmar qualquer coisa'', disse o ministro, que já comparou

as acusações a a um ''tribunal de inquisição'' e ao que ocorria no

período da ditadura militar no Brasil.

O nome de Paulinho foi citado em relatórios da Polícia Federal durante

as investigações da Operação Santa Tereza, que apuram desvios de parte

dos empréstimos concedidos pelo BNDES. Paulinho, que nega as acusações,

teve seu nome citado porque a Força Sindical foi quem indicou para o

conselho do BNDES o nome do advogado Ricardo Tosto, preso durante a

operação mas solto em seguida.

Observadores atentos da vida política e sindical sustentam que Lupi é o

verdadeiro alvo da campanha de imprensa contra Paulinho.  Interesses

poderosos sentem-se contrariados com a defesa intransigente que o

ministro faz dos direitos trabalhistas e sua ampliação. No ano passado,

outra campanha de imprensa questionou o fato de Lupi ser ao mesmo tempo

ministro de Estado e presidente nacional do PDT, pressionando-o até

forçar seu afastamento do cargo partidário.


A nova carteira de trabalho

A nova carteira é totalmente informatizada e garante ao trabalhador

acesso ao seu histórico profissional, desde o primeiro emprego até a

aposentadoria. Permite também consultas ao saldo do Fundo de Garantia

do Tempo de Serviço (FGTS), ao direito a abono salarial e seguro

desemprego. Lupi entregou os primeiros exemplares a quatro

trabalhadores, em  cerimônia na Superintendência Regional do Trabalho e

Emprego do Rio.

Segundo Lupi, um estudo feito pelo ministério identificou as mudanças

no documento criado por Getúlio Vargas em 1932 – e ainda hoje negado a

quase a metade dos trabalhadores brasileiros. Lupi informou que a nova

carteira é inclusive mais barata. ''A nova carteira trará uma redução de

custos em todos os sentidos. A antiga custava R$ 2,40, sem código de

barras, sem plastificação e sem informatização. A nova custará R$1,80,

principalmente pela redução do número de folhas'', explicou. A economia

ser[a de cerca de R$ 3,6 milhões por ano.

A carteira de trabalho continua sendo de papel. Mas tem uma tarja

magnética que permite o acesso a todos os dados nas agências da Caixa

Econômica Federal. De acordo com o ministro, o processo de implantação

da carteira informatizada será feito, em princípio, para o trabalhador

que estiver tirando a primeira carteira, primeiramente nos estados do

Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito Federal.

Da redação, com agências