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Zimbábue terá segundo turno para presidente, diz comissão

O chefe da Comissão Eleitoral do Zimbábue, Lovemore Sekeramayi, anunciou nesta sexta-feira (2) o resultado oficial das eleições para a presidência da república: Morgan Tsvangirai, do MDC, principal partido da oposição, teve mais votos que Robert Mugabe

''Tsvangirai obteve 47,9% dos votos contra 43,2% do presidente zimbabuano, Robert Mugabe'', disse aos jornalistas, em Harare, o chefe  da Comissão Eleitoral do Zimbábue, agregando que o ex-ministro das Finanças Simba Makoni teve 8,3%.

''Como nenhum candidato obteve a maioria absoluta dos votos emitidos, será necessária uma segunda votação, em uma data que será anunciada em breve pela Comissão Eleitoral'', agregou Sekeramayi.

Ir ou não ir ao segundo turno

Tsvangirai recusou-se a participar do segundo turno por acreditar ter obtido mais de 50% dos votos já em 29 de março.  Seu partido, o MDC, contestou a contagem mesmo antes que os resultados tivessem sido divulgados, citando 120 mil votos inexplicados. O anúncio da Comissão deixa o partido e seu candidato diante de uma escolha difícil.

Membros do MDC e do governista Zanu (União Nacional Africana do Zimbábue) foram chamados para confirmar os cálculos da Comissão Eleitoral, como parte do processo de verificação.

O porta-voz de Tsvangirai, George Sibotshiwe, disse em nome do MDC que seriam necessários pelo menos mais três dias, para examinar a verificação dos resultados. ''Nós apenas dizemos para a Comissão Eleitoral que não iremos adiante até entendermos de onde vieram esses 120 mil votos'', disse o porta-voz.

Sem maioria parlamentar

É a primeira vez que Robert Mugabe, hoje com 84 anos, tem que passar por um segundo turno eleitoral. Fundador do Zanu, em 1974, e líder da guerrilha contra o regime racista branco de Ian Smith, ele se encontra à frente do país desde a vitória obtida em 1980, inicialmente como primeiro ministro e após 1984 como presidente.

Mugabe reelegeu-se em 1990, 1996 e 2000, porém defrontando-se com crescente oposição, denúncias de corrupção e autoritarismo, além da hostilidade aberta da ex-metrópole, a Inglaterra. Nas eleições de março, pela primeira vez o Zanu perdeu o controle sobre o Parlamento.

Situado no sul da África, com 2,5 milh'oes de quilômetros quadrados e 13 milhões de habitantes, o Zimbábue acompanha seus vizinhos sul-africanos, angolanos e moçambicanos em uma política progressista, depositária da herança das guerrilhas anticoloniais do passado. É no entanto o país desse grupo com uma situação política mais frágil e sob mais forte contestação.

Da redação, com agências