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Agência Fitch classifica Brasil como grau de investimento

A agência de classificação de risco Fitch anunciou nesta quinta-feira que elevou o Brasil à condição de grau de investimento. A dívida em moeda estrangeira de longo prazo passou da nota BB+ para BBB-. Isso significa que o Brasil passa a ser considerado

É a segunda grande agência a conceder esse título para o Brasil em menos de um mês. No dia 30 de abril, a Standard & Poor´s também classificou o Brasil como bom para investir.


 


Nessa quarta-feira uma agência mnenor de classificação de riscos, a canadense DBRS também concedeu o título de grau de investimento ao Brasil, passando o país para a nota de crédito (rating) de BB+ para BBB-, além de mudar a perspectiva para a economia brasileira de estável para positiva.


 


As agências de rating japonesas JCR e R&I também já tinham melhorado a nota do Brasil.


 


Agora, entre as grandes agências, apenas a Moody`s ainda não considera o Brasil “investment grade”.


 


O grau de investimento é um atestado de que é relativamente seguro aplicar em papéis de determinado país. As agências que avaliam esse risco dividem os países entre os que estão no grau de especulação (que oferecem risco alto) e os que atingiram o grau de investimento. Apesar do contexto majoritariamente econômico e especulativo que as agências observam para determinar os supostos “riscos” de cada economia, são os critérios políticos –guiados pelos paradigmas do mercado, sobretudo dos interesses norte-americanos– que acabam sendo decisivos para as notas ditadas pelas agências de risco.


 


Para o economista-chefe da Fator Corretora, Vladimir Caramaschi, o grau de investimento da Fitch tem dois aspectos positivos. “Um deles é simplesmente a questão de confirmar o grau de investimento. Mas, o mais importante é que muitos investidores institucionais precisam que duas agências confirmem isso. Nesse sentido, tem efeitos práticos com mais entrada (de recursos)”, afirmou.


 


Apesar disso, ele disse acreditar que esse novo status não repercutirá imediatamente na questão de juros. “Para decisões de Selic de curto prazo isso é irrelevante. No médio e longo prazos, isso pode derrubar o juro real de equilíbrio”, explicou.


 


Na opinião de Álvaro Bandeira, diretor da corretora Ágora, a classificação da Fitch já estava prevista e até com alguns efeitos diluídos no mercado. “O mercado já estava ajustado um pouco em cima (dessa possibilidade), nas últimas sessões a Bovespa já vinha precificando isso e ontem já teve uma forte especulação”, disse.


 


No entanto, o diretor prevê que, no curto prazo, a medida não trará benefícios para o mercado. “Volto a dizer o que falei da S&P: muito bom no médio e longo prazos, mas no curto prazo pode acontecer como agora, de o mercado cair… Se imaginávamos que, com uma nota já haveria um grande fluxo, a segunda nota só tende a reforçar”, concluiu.


 


A tese de que o grau de investimento da Fitch já era previsto pelo mercado também é apontada pelo estrategista de investimentos da Sênior para a América Latina, Roberto Padovani. “Vários investidores exigem que você tenha duas agências recomendando um país. Nesse sentido, a Fitch junto com a S&P é importante. Nesse aspecto você tem avanços. Mas, não muda muita coisa (no curto prazo), isso já vinha sendo antecipado”, afirmou.


 



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Com informações do jornal Valor Econômico