Nova consulta para reitor da UFC será dia 20 de agosto

A Universidade Federal do Ceará (UFC) passará por uma nova consulta para escolha de reitor no dia 20 de agosto. Com a morte do reitor Ícaro Moreira, esperava-se a nomeação de seu vice, Jesualdo Farias, conforme o artigo 24 do Estatuto da instituição. Mas o Ministério da Educação (MEC) não acatou o artigo, afirmando que a escolha do sucessor deve ser feita com base em lista tríplice elaborada pelo Conselho Universitário (Consuni). Para Farias, reitor em exercício, isso fere a tradição e a autonomia da UFC. “Eu fiz um apelo aos conselheiros para que seja feita uma nova consulta à comunidade acadêmica e não que a lista tríplice seja elaborada hoje (ontem)”.

Na manhã de ontem, o Consuni se reuniu para deliberar sobre a sucessão. Logo no início da reunião, Farias decidiu se ausentar. “Para uma nova consulta, eu sou candidato. Não seria interessante, nem ético participar dessa reunião, já que seria discutir questões de interesse de candidato”, justificou. Quem presidiu a reunião foi Luiz Antônio Maciel de Paula, chefe do gabinete do reitor. A Associação dos Docentes da UFC (Adufc) e o Diretório Central dos Estudantes (DCE) participaram como convidados. O Sindicato dos Trabalhadores da UFC (Sintufce) também foi convidado, mas não participou.

Além de definir o dia 20 de agosto como data para a nova consulta para reitor, o Consuni decidiu também que a inscrição de candidatos será feita nos dias 26 e 27 de junho. Não foi modificado o peso dos votos, pois o Conselho compreendeu que não havia tempo para discutir o assunto. Professores continuam com o peso maior, de 70%. Alunos e servidores têm de 15%, cada categoria. A partir dos três candidatos mais votados, será elaborada a lista tríplice, durante reunião do Consuni no dia 25 de agosto, que será encaminhada para escolha do presidente da República.

Na avaliação do presidente da Adufc, Estevão Arcanjo, o parecer do MEC gera estranhamento pela questão da autonomia da Universidade. “É um absurdo. Como é que o Estatuto é homologado pelo MEC, há cerca de 6 anos, e não tem validade nesse momento?”, questiona, defendendo que o processo de escolha do reitor deve começar a terminar na universidade, em favor de sua autonomia. Por outro lado, ele considera que eleição é sempre bom. “A melhor forma de resolver os impasses é colocando o projeto novamente em apreciação para a comunidade universitária”, disse. Para ele, o Consuni tomou a posição correta ao determinar nova consulta, em vez de elaborar a lista tríplice.

O secretário geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE), João Wilson Damasceno, também aprovou a proposta de consulta, sugerida pelo reitor em exercício. “A gente queria um tempo maior, que a consulta fosse pelo mês de setembro, para aumentar a discussão, amadurecer os debates, para a comunidade participar”, disse. Segundo ele, os estudantes reivindicaram também a paridade das eleições. “Essa consulta ainda vai ser 70% (professor), 15% (aluno) e 15% (servidor). A gente estava defendendo uma bandeira histórica do movimento estudantil, que é a paridade”.

Fonte: O POVO