Sem categoria

Lula considera razoável desempenho do Brasil nos Jogos

Com o fim das competições dos Jogos Olímpicos de Pequim, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliou como “razoável” a participação brasileira nessa edição. “Obviamente que, como brasileiro, a gente fica querendo o maior número de medalhas de ouro poss

Lula destacou, entretanto, que o país conseguiu conquistas em certas modalidades que “não tinha o hábito de ganhar”. Ele elogiou o desempenho da brasileira Maurren Maggi, ouro no salto em distância, e também da seleção feminina de vôlei, que também faturou a medalha dourada depois de ser vice-campeã nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004. Para o presidente, o nadador César Cielo, o primeiro campeão olímpico da história da natação brasileira, é uma “demonstração” de que o país pode melhorar.



Leia abaixo a íntegra do programa desta segunda-feira (25)



Olá você de todo o Brasil, eu sou Luciano Seixas e nós estamos começando agora o Café com o Presidente. Olá, presidente, como vai, tudo bem?
Tudo bem, Luciano.
 


Presidente, depois de 18 dias de competição, terminou no domingo a 26º edição da Olimpíada. Que balanço dá pra fazer da participação do Brasil nos jogos? 
Veja, primeiro nós temos que lembrar que o Brasil levou a maior delegação que já levou a uma olimpíada, que foi a maior delegação feminina que o Brasil já levou. Acho que a participação do Brasil foi razoável. Obviamente que, como brasileiro, a gente fica querendo o maior número de medalhas de ouro possíveis. Entretanto, alguns outros também querem ganhar. Mas eu penso que o Brasil ganhou em algumas coisas que não tinha o hábito de ganhar. Por exemplo, a Maurren Maggi. Ela ganhou no salto, o que foi extremamente importante. As meninas do vôlei eram para terem ganhado em Atenas e ganharam agora. E eu penso que o César Cielo deu uma demonstração de que o Brasil pode ainda melhor para a natação. A frustração que nós brasileiros temos é que nós sempre esperamos que no futebol a gente ganhe medalha de ouro. Ou seja, o Brasil nunca ganhou, ganhou duas pratas. A frustração das mulheres. Elas foram heroínas, porque deram um verdadeiro show de futebol feminino e perderam porque o futebol é imprevisível. Eu lamento profundamente que elas não tenham recebido a medalha de ouro, porque elas mereciam. O nosso vôlei masculino, que ganhou tudo nos últimos dez anos, também não pode ganhar sempre. Perderam porque os americanos estão vivendo uma fase extraordinária, estão vivendo uma fase excepcional. É importante lembrar que nós perdemos a Liga Mundial, há pouco tempo antes das Olimpíadas, para essa seleção. E o Brasil, que nunca uma seleção que ganhou tudo o que disputou, agora chegou a hora do cansaço, a hora que os outros também possam melhorar. A gente fica triste porque o Diego Hipólito, que era o medalhista de ouro quase que certo, a Daiane, que pisou duas vezes fora do espaço determinado para ela pisar, e a Jade Barbosa, possivelmente muito nova, tenha ficado nervosa, não conseguiu ter o bom desempenho que as pessoas esperavam. Fora isso, eu acho que o Brasil fez uma disputa razoável. Uma disputa boa, de um país, sabe, que aos poucos vai ganhando tradição de participar das Olimpíadas e, portanto, saber que 10% desses atletas tinham Bolsa Atleta, financiada pelo Ministério dos Esportes. E agora nós temos que começar a pensar em 2012 e 2016. Primeiro temos que disputar em Londres e temos que ver se no ano que vem seremos escolhidos como sede para as Olimpíadas de 2016. Eu estou convencido de que nós poderemos fazer muito mais se nós atingirmos a maturidade profissional no tratamento com os nossos atletas.
 


Quais são as reais chances, presidente, de trazer os Jogos para o Brasil em 2016?
Antes de 2016, é importante a gente lembrar o seguinte: grande parte desses atletas, salvo a seleção de futebol e a seleção de vôlei, tanto masculino quanto feminino, que são profissionais, são pessoas que ganham, sabe, bom salário, pessoas que tem estrutura de financiamento. Mas a grande parte dos outros atletas que foram muitos sobreviviam por conta própria. Tanto que nas Olimpíadas passadas alguns tinham quase que pagar a passagem por conta própria para ir. Agora já montamos uma melhor estrutura. O que eu acho? Eu acho que nós precisamos, daqui pra frente, levarmos mais à sério essa questão do esporte brasileiro. Fazer com que as prefeituras possam contribuir, que os estados possam contribuir, que os grandes empresários brasileiros possam contribuir, para que a gente possa ter equipes mais competitivas, atletas mais competitivos, que aumente a possibilidade de o Brasil ter uma performance melhor. Não que a gente queira ganhar todas de ouro, mas que a gente possa ter uma performance melhor, que os atletas tenham tratamento adequado, o treinamento adequado, que tenham os melhores especialistas lidando com os nossos atletas para que a gente possa disputar uma olimpíada em igualdade de condições. Se nós começarmos a fazer isso agora, nós temos chance de melhorar muito em 2012 e temos chance de estar na ponta do casco em 2016.
 


E aí, em 2016, com a Olimpíada no Brasil, né?
Nós vamos disputar. Nós estamos disputando com três cidades importantes: Tóquio, Chicago e Madrid. O Rio de Janeiro tem possibilidades concretas. A América do Sul nunca teve uma Olimpíada. E eu penso que os Jogos Olímpicos têm que vir pra América do Sul. Eu penso que é uma questão importante para nós brasileiros e nós vamos brigar no ano que vem para escolher e eu espero que os brasileiros sejam escolhidos.
 


Presidente, terminando os Jogos Olímpicos agora temos as Paraolimpíadas, não é?
Pois é. É extremamente importante as Paraolimpíadas. Ou seja, o Brasil teve uma participação eu diria muito boa em Atenas, ganhou 14 medalhas de ouro, 12 de prata e sete de bronze. Acho que nossos atletas estão muito mais preparados do que estavam em Atenas. E eu espero que o Brasil tenha uma boa performance nas Paraolimpíadas. Agora, é importante a gente sempre lembrar de que a gente quer ganhar tudo, mas os nossos adversários também querem ganhar. Que o nosso pessoal treina, mas que os nossos adversários também treinam. Os outros países também treinam. O que importa, no fundo no fundo, é que estes atletas dêem o que eles têm de melhor. Se ganhar, ótimo. Se não ganhar, têm que se preparar pra próxima.
 


Obrigado, presidente. Até semana que vem.
Obrigado a você, Luciano e até a próxima.



Fonte: Agência Brasil