Assembleia discute campanha salarial de jornalistas do impresso neste sábado (23)

Jornalistas dos jornais O Povo, Diário do Nordeste, O Estado, demais veículos impressos e assessores de imprensa participam de assembleia geral extraordinária no próximo dia 23 de maio, sábado, a partir das 14 horas, para avaliar a Campanha Salarial 2008/

Durante os quase nove meses da campanha salarial de impresso, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) tentou à exaustão fechar um acordo digno para os profissionais do setor, que têm piso de R$ 1.152,00 (menos de três salários mínimos).


 


Nesse período, houve várias tentativas de negociação na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), manifestações pacíficas nos três maiores jornais do Estado e audiências no Ministério Público do Trabalho com o intuito de não chegar à deflagração da greve, entretanto, as empresas não cederam em nada. Decidiram manter a proposta de apenas repor a inflação do período de setembro de 2008 a agosto de 2009 e não aceitar nenhuma reivindicação dos trabalhadores.


 


A assembleia realizada em 18 de março de 2009 decidiu pela greve, mas as empresas conseguiram asfixiá-la com decisões judiciais que impediram a realização de piquetes nas portas dos jornais, sob pena de multa diária de R$ 10 mil. Antes da deflagração da greve, jornalistas e gráficos procuraram o Ministério Público do Trabalho (MPT) para, pela última vez, tentar fechar um acordo. A proposta de 0,75% de ganho real para as duas categorias feita pelo procurador-chefe do MPT, Gérson Marques, foi recusada pelos patrões, que mantiveram proposta de 0% de ganho real para jornalistas e apenas 0,5% de ganho real para os gráficos. É importante destacar que a maioria (77,6%) das categorias que fecharam acordo em 2008 tiveram ganho real (acima da inflação).


 


Como se não bastasse a intransigência em relação à questão financeira, as empresas jornalísticas utilizaram-se de forte aparato policial contra os trabalhadores, fizeram claras e veladas ameaças de demissão, transferiram dirigentes sindicais das redações e impediram o acesso dos diretores do Sindjorce aos três jornais.


 


“Com uma truculência sem precedentes, os donos dos jornais do Ceará asfixiaram a greve antes mesmo de o movimento ser deflagrado. É hora da categoria parar para avaliar o momento e traçar estratégias de ações futuras”, afirma a presidente do Sindjorce, Déborah Lima.


 


Fonte: Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Ceará