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Ofensa de Gilmar Mendes ao Ministério Público provoca reações

O deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ) classificou como “inaceitável e inadmissível” a declaração do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, de que o Ministério Público era braço judicial da oposição na era Fernando Henrique Cardoso. Na avaliação de Biscaia, faltam ao ministro Gilmar Mendes as qualidades de imparcialidade e equilíbrio.

A declaração de Gilmar Mendes foi feita durante entrevista, na segunda-feira (17), sobre a governadora do Rio Grande do Sul, a tucana Yeda Crucis, que está sendo alvo de ação de improbidade administrativa ajuizada pelo Ministério Público.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, também rebateu as declarações do Presidente do Supremo. Para ele, "as críticas devem ser ponderadas para que possam ser tomadas em consideração".

"Frases de efeito em nada contribuem para o debate sério das dificuldades do sistema judiciário", disse ainda Gurgel em nota oficial.

O ministro Gilmar Mendes acusou procuradores de agirem por interesse político em muitos casos. "Que peçam desculpas, que digam que usaram e que até indenizem o Estado por terem usado indevidamente força de trabalho paga pelo poder público, paga pela sociedade, para fins partidários", afirmou o Presidente do STF.

Em nota divulgada nesta terça-feira (18), representantes do Ministério Público critica a postura do presidente do STF, de quem exigem imparcialidade. “O que aguardamos, como todos os cidadãos deste país, é que o Doutor Gilmar Ferreira Mendes, com a serenidade e imparcialidade que o honroso cargo exige, utilize os instrumentos institucionais necessários para a correção de irregularidades eventualmente praticadas por membros do Ministério Público”, cobra o documento.

A nota, assinada pela ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República), Conamp (Associação Nacional dos Membros do Ministério Público), ANPT (Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho), AMPDFT (Associação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) e ANMPM (Associação Nacional do Ministério Público Militar), afirma que ofensas não vão melhorar o sistema jurídico.

De Brasília
Com agências