Lula Morais: "Contrato entre Coelce e CGTF é arapuca para Estado"
O deputado Lula Morais (PCdoB) disse, na sessão plenária desta quinta-feira (20/08), que o contrato de venda de energia da Central Geradora Termelétrica Fortaleza (CGTF) para a Companhia Energética do Ceará (Coelce) é uma “arapuca” para o Estado do Ceará.
Publicado 21/08/2009 09:22 | Editado 04/03/2020 16:34
De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), como os reservatórios das hidrelétricas que abastecem o País estão cheios, não será mais necessário acionar as termelétricas neste ano, o que provocará queda das tarifas cobradas. Entretanto, no Ceará isso não deve acontecer.
Acontece que a CGTF compra energia no mercado livre por R$ 16,31 o megawatz de energia, já que não dispõe de gás para gerar energia térmica, e vende a R$ 160 para a Coelce. “Que arapuca em que fomos metidos. Todo o beneficio que o País possa ter pelo bem que a natureza trouxe com muita chuva, água para os reservatórios, poderá trazer redução de tarifa para todos os estados, menos para o Ceará”, lamentou o parlamentar comunista.
Com o bom nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas e a retração do consumo, o ONS vai abrir abra mão do acionamento das termelétricas para garantir o suprimento do País, o que irá reduzir o Encargo de Serviço de Sistema (ESS), que remunera a geração deste tipo de fonte, e totalizou R$ 2,3 bilhões em 2008. Entretanto, como a Coelce mantém um contrato de compra com a termelétrica, o Ceará não deve ser beneficiado com a cheia dos reservatórios. “Estamos cativos de uma arapuca de um contrato que já tem sete anos e mais 13 pela frente”, frisou.
Não só o consumidor cearense não deve ser beneficiado com a queda da tarifa energética, como a Coelce deve aumentar o lucro, segundo Lula Morais. A companhia energética registrou lucro líquido de R$ 73,96 milhões no segundo trimestre deste ano. No consolidado do semestre, o montante é de R$ 154,48 milhões, o que significa um crescimento de 20,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Com o aumento das cargas dos reservatórios, a tendência é que os lucros da empresa aumentem, de acordo com o parlamentar. ”Já temos elementos para fazer um relatório e demonstrar o quão está sendo pernicioso esse contrato”, afirmou Lula, que é relator da CPI do aumento da energia elétrica da Casa.
O deputado Cirilo Pimenta (PSDB) levantou duas questões. Ele disse não entender a razão de os estados mais pobres pagarem a energia elétrica mais cara. “Isso não tem como entender”. Ele também questionou o fato de se estar construindo mais usinas térmicas no Estado, quando a que existe não produz. “Me pergunto: se essa térmica não funciona por que estão construindo mais térmicas, se é uma energia mais cara?”.
Fonte: Coordenadoria de Comunicação da AL