Ex-integrantes do DCE da Ufpi relembram tempos de luta

Certamente a história de Universidade Federal do Piauí não teria sido a mesma se não fossem os bravos estudantes que por ali passaram, com garra para defender seus direitos e clamar por uma sociedade igualitária.

dce livre - Jarbas Santana
E é para relembrar os grandes nomes do movimento universitário que passaram pelo DCE (Diretório Central dos Estudantes) e que, de certa forma, deixaram sua marca na história do Estado, que a Coordenadoria de Comunicação do Piauí lançou na última sexta (20) o projeto “DCE livre: 30 anos”.

Os primeiros presidentes da entidade marcaram presença no evento, que aconteceu na Casa da Cultura de Teresina. Na oportunidade, foi lançado um livro que faz uma retrospectiva dos primeiros conturbados anos e eleições do DCE. Uma época em que a ditadura se fazia presente em cada passo dentro do campus. Os estudantes tinham que seguir as ordens dos militares para tudo e estavam cansados. Cansados de tanto retrocesso, de tamanha injustiça, dos desmandos. Não poderiam ficar calados, como de fato não ficaram.

A primeira gestão do DCE, presidida pelo atualmente historiador Fonseca Neto, teve início em 1979, um dos momentos mais críticos do regime ditatorial. A “Travessia” marcou, na verdade, o começo de uma luta estudantil engajada dentro da universidade, que fazia frente não apenas aos direitos universitários, mas representava muito bem toda a sociedade que se encontrava amordaçada por forças maiores.

O deputado federal Osmar Júnior foi um dos presidentes que mais revolucionou dentro da universidade. Durante a sua gestão, aconteceu a primeira greve geral da Ufpi com invasão do campus pela Polícia Militar. Depois dos oito dias que durou a mobilização, certamente a universidade não foi a mesma. Os avanços depois foram notáveis assim como a consolidação do movimento estudantil no Piauí e no Brasil. Sem dúvidas, a gestão “Nossa Voz” conseguiu elevar o timbre dos estudantes até que fossem ouvidos e deixassem de ser vistos apenas como baderneiros sem razão, sem porquê.

Outros presidentes por ali passaram até que as novas caras e os novos tempos chegaram. Hoje, a gestão “Saudações a quem tem coragem” trabalha pela consolidação de todo o que foi vivido nesses 30 anos. Sim, ainda tem muita luta, mas ainda estão aí, os estudantes. Em outras épocas, mas com a mesma vivacidade, a mesma vontade de fazer valer os direitos de todos. Que venham mais 30 ou 50 anos, o DCE ali estará. Sempre.