Ativista comunitária do Coroado foi sepultada nesta quinta

Embora sempre pautada a partir de nomes conhecidos e constantemente veículados nos meios de comunicações, a política é feita acima de tudo por ilustres desconhecidos que dedicam sua vida em busca de algo melhor para a coletividade. Independente se isso é feito nas associações de moradores e sindicatos. Vilma Palheta, uma dessas ilustres, nos deixou aos 69 anos na tarde de ontem (21), após anos de luta pelos moradores do bairro Coroado e, também, contra o câncer.

Militante abnegada do PcdoB-AM e aguerrida defensora da melhoria da qualidade de vida dos moradores do seu bairro, D. Vilma, como era populamente conhecida, impressionava pela dedicação aos problemas sociais e a forma como se engajava na solução deles. Mesmo tendo inúmeras preocupações pessoais, como a luta contra o câncer, jamais deixou de participar daquelas que diziam respeito a pessoas que inclusive não conhecia.

A pujança, de servir de exemplo para muitos jovens, a levou a duas candidaturas proporcionais, uma à Câmara Municipal de Manaus (CMM) e outra à Assembléia Legislativa do Amazonas (ALE-AM). Mesmo não tendo conquistado mandato em nenhuma das oportunidades, contribuiu para dar visibilidade aos problemas vivenciados no Coroado e aumentar o coro das vozes que reclamavam por mais benefícios. E ainda, levantar a bandeira de seu partido em momentos adversidade. Bandeira esta que levou consigo sobre o caixão, conforme pedido que havia feito.

D.Vilma é um forte testemunho de perseverança, garra, humildade e a grande lição de que na vida o maior valor a se buscar é a sensibilidade de perceber a aflição de um coletivo e se dispor a colaborar com este.

Nesses tempos em que vigora a selvageria do individualismo e do egoísmo, é de se lamentar a perda desta brava guerreira que durante muito tempo serviu de contra-ponto a tantas coisas negativas que insistem em se perpetuar no coração de muitos. Por outro lado, há um alívio em saber que toda a carga de um grande e longo sofrimento chegou ao fim.

À família, deseja-se força nesse momento de dor e tristeza. Aos moradores do Coroado, muitos dos quais lotaram quatro ônibus e diversos carros para dar o último adeus no cemitério, pede-se que agarrem para si o exemplo desta vida. Para D. Vilma Palheta, deixamos os votos de que Deus a tenha num lugar bem confortável.