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Militar envolvido na Operação Condor ainda não foi extraditado

A extradição do major uruguaio Manuel Juan Cordero Piacentini para a Argentina ainda não ocorreu. O médico particular do militar afirmou que seu estado de saúde piorou e o advogado Julio Favero pediu à Justiça licença para transferi-lo de Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul, para a capital gaúcha, Porto Alegre. Ele seria levado para o Instituto do Coração para novos exames cardiológicos.

O major de 71 anos é acusado de ter participado da Operação Condor, articulação secreta entre os órgãos de repressão política das ditaduras na América do Sul, nos anos 1970 e 1980, que permitia perseguir os opositores dos regimes além da fronteira de cada país. A sua extradição foi requisitada pela Justiça da Argentina, que pretende julgá-lo pelo desaparecimento de dez pessoas e o sequestro de um bebê. Ele também é apontado como autor de torturas em 32 prisioneiros políticos.

A extradição foi concedida após um longo debate no Supremo Tribunal Federal (STF). Na terça-feira (19), quando os agentes da Polícia Federal (PF) foram até sua casa, onde cumpria prisão domiciliar, para levá-lo à fronteira argentina, o major reformado alegou um mal súbito e foi internado para exames. Até ontem (21) ele seguia internado num hospital em Santana do Livramento, assistido pelo seu médico particular, Leandro Tholozan.

Na capital argentina, o militar da reserva é esperado pelo juiz Norberto Oyarbide, encarregado das investigações sobre a Operação Condor. Segundo informações de assessores do juiz, as autoridades brasileiras ainda não confirmaram a data da entrega do prisioneiro. De acordo com as mesmas fontes, quando chegar à Argentina, ele passará por exames médicos, antes do início do julgamento.

Fonte: O Estado de S. Paulo

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