Parlamentares cearenses destinam R$ 23 milhões a Embrapa

O expressivo montante, que estará disponível em 2010, é resultado de articulações da chefia da Empresa com as bancadas cearenses no Congresso e no Senado. “No ano passado, tivemos o primeiro aporte de recursos financeiros oriundos de emendas parlamentares da história da Embrapa Agroindústria Tropical”, lembra o chefe-geral, Vitor Hugo de Oliveira. Desde o início de sua gestão, em maio de 2008, Vitor Hugo tem apresentado às lideranças políticas as tecnologias disponibilizadas pela Unidade e suas contribuições para o desenvolvimento da agroindústria regional.

Como primeiro resultado prático, o senador Inácio Arruda e o deputado federal Chico Lopes liberaram, em 2009, R$ 500 mil para a Embrapa Agroindústria Tropical. O valor foi utilizado em obras estruturais nos dois campos experimentais (Curu-Paraibapa e Pacajus) e na construção de uma unidade didática de processamento de frutos tropicais, no Campo Experimental de Pacajus. O novo aporte financeiro – articulado pela senadora Patrícia Saboya e o suplente Flavio Torres (ambos do PDT) – vai permitir equipar e ampliar o Laboratório de Química de Produtos Naturais. “Agora, teremos condições de tornar este laboratório uma referência nacional”, diz o chefe-geral. Dentro desta nova perspectiva, o pesquisador Flavio Pimentel explica que o novo espaço de pesquisa vai permitir a extração de substâncias vegetais (extratos e óleos essenciais), isolamento e caracterização química de compostos secundários, além de desenvolvimento de produtos bioativos voltados para o controle integrado de pragas e doenças no campo, ou para o controle microbiológico na indústria de alimentos.

Ainda segundo o pesquisador, o laboratório também “atuará como suporte às pesquisas de desenvolvimento de sistemas de cultivo para produção de matéria-prima de espécies medicinais recomendadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”. Outra linha de atuação da Embrapa Agroindústria Tropical que será fortalecida com os recursos das emendas parlamentares é o estudo sobre o potencial de cactáceas nativas da Região Nordeste para o desenvolvimento de fibras e sucos.

De acordo com um dos pesquisadores que integra a equipe, Paulo Coelho, existe uma grande expectativa de que certas cactáceas como mandacaru e xique-xique, dentre outras, possam se tornar matérias-primas para a produção de biofilmes e nanofilmes. “As fibras destas cactáceas possuem alta resistência mecânica, além de serem biodegradáveis e sua utilização pode ampliar e desenvolver a agroindústria regional”, afirma. O chefe-adjunto de Administração da Unidade, Cláudio Torres, informa que os recursos oriundos das emendas parlamentares também vão permitir continuar o investimento em melhoria da infraestrutura dos dois campos experimentais. Outras demandas de pesquisa também podem ser contempladas.

Fonte: Assessoria da Embrapa