Laudo confirma morte por asfixia. Motivo foi cor da pele

Alexandre Santos sofreu 'asfixia mecânica por contrição cervical'. Crime ocorreu no dia 8 na Zona Sul e é símbolo do racismo e do extermínio da população negra pela polícia no estado de São Paulo.

Laudo necroscópico feito pelo Instituto de Criminalística da Polícia Civil comprova que o motoboy Alexandre Menezes dos Santos, de 25 anos, foi morto por "asfixia mecânica por constrição cervical". O crime ocorreu no último dia 8, no bairro Cidade Ademar, na Zona Sul de São Paulo.

O documento foi entregue nesta quarta-feira (19) ao promotores Maurício Antonio Ribeiro Lopes e Marcelo Rovere, que denunciaram quatro policiais militares pelo crime. O exame também aponta que ele tinha escoriações no rosto e no pescoço, o que para os promotores comprova que o motoboy foi espancado pelos policiais. Ele pode ter morrido após receber uma "gravata" de um dos agressores.

A vítima foi abordada pelos policiais militares na madrugada, quando voltava da pizzaria onde trabalhava. Os policiais o abordaram porque a moto dele estava sem placa. Alexandre foi espancado diante da mãe.

O crime foi lembrado durante vigília do movimento negro alusiva ao 13 de maio (data da Abolição da Escravaturano Brasil em 1888), como símbolo do racismo institucional, sobretudo da polícia.

Os quatro policiais estão presos. Eles são acusados de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel pela asfixia e recurso que impossibilitou a defesa da vítima), racismo e fraude processual (são acusados de colocar uma arma de fogo no local para simular que o motoboy estava armado).

Mesmo com as sucessivas demonstações de falência do sistema de Segurança Pública do estado de São Paulo, o ex-governador e candidato à Presidência da República, José Serra, insiste em fazer propaganda de sua gestão no setor e propõe uma mal-disfarçada cópia do PAC para a Segurança Pública em nível federal se eleito presidente.

 Da redação, com informações G1