Entrevista com Djamiro Acipreste
Na próxima segunda-feira, a União da Juventude Socialista realizará o 2º Trocando em Miúdos, a partir das 18 horas, na Livraria Siciliano do Midway Mall (inscreva-se aqui). Na oportunidade, debaterá o tema cenários internacionais, com Djamiro Acipreste, Coordenador do Curso de Direito da Universidade Estácio de Sá. Nesta entrevista para o site da UJS, ele comenta sobre o tema.
Publicado 24/09/2010 08:57 | Editado 04/03/2020 17:08
Com o advento pré-crise de 2008, o cenário começou concretizar a nova ordem do capital, essa muito mais volátil e dissimulada, como observamos no crack do Lehman Brothers Bank.
Nos últimos oito anos tomamos parte de movimentações que mudaram o mapa do cenário internacional, sobretudo com a criação do Grupo dos 20 (Cancun2003), formado por 24 países em nível avançado de desenvolvimento, porém não desenvolvidos. Esta articulação da diplomacia brasileira concretizou a opção pela política sul-sul, ou seja, priorizando relações comercial com os países do eixo sul-sul (China, Índia, África, Ásia), diminuindo a dependência da Europa e dos EE. UU.
UJS – Alguns temas centrais da atualidade política, como o desenvolvimento de tecnologia nuclear pelo Irã, têm encontrado a participação direta do Brasil. Como você analisa isso?
O Brasil, fez uma opção clara ao adotar a política sul-sul, sobretudo ao liderar o grupo dos 20, ser referência econômica, financeira, industrial e tecnológica destes países, adotando uma postura mais ousada nesta relação, com a intenção de trocar conhecimento e tecnologias com os países do grupo supracitado, mesmo o Irã não sendo um país alinhado. A maior prova está no fato de que o Brasil, após as eleições de outubro, finalizará as compras do caças, devendo optar pela empresa que garantir a maior transferência de tecnologia, por isso, os americanos estão praticamente fora do certame;
Muito embora o país tenha alcançado grande protagonismo no cenário internacional, nossa grande imprensa recorrentemente busca desqualificar nossa intervenção, diferentemente do que ocorria na época de Fernando Henrique Cardoso, período em que tivemos inúmeros casos de subserviência e de alinhamento às demandas apresentadas pelos Estados Unidos. Quais são as principais diferenças da diplomacia da era Lula e da era FHC e qual é a contribuição que a imprensa vem dando para a qualidade dessa discussão?
A grande imprensa, com inúmeros senadores e deputados que a representam tem feito ao longo das últimas décadas desfavores em relação ao Brasil, sua democracia e para consolidarmos nossos avançõs. As diferenças da era FHC para a era Lula pode ser resumido no fim do europocentismo e da mudança de paradigma no Darwinismo Social, sobretudo construído pela política internacional.