UGES de volta pra casa: Castelinho é retomado pelos estudantes

Após longo período desativado, o Castelinho – prédio histórico que funcionava entidade estudantil – é retomado pela juventude goiana. Em ato público, Prefeitura de Goiânia devolve a sede e promete construção de novo prédio para abrigar movimento estudantil secundarista.


Desde a reconstrução da União Goiana dos Estudantes Secundaristas – UGES que ocorreu no final do ano passado, os estudantes organizam atividades e reuniões na tentativa da retomada de sua sede histórica no Lago das Rosas, em Goiânia. Este movimento foi chamado de "UGES de volta prá Casa".

Em um ato ocorrido na manhã do dia 14 de dezembro de 2010, a Prefeitura de Goiânia concedeu o espaço para a administração da UGES no Lago das Rosas, antiga sede da entidade. A entrega foi negociada após a ocupação do Castelinho pelos estudantes solicitada em manifestação com a participação de cerca de cinco mil estudantes no dia 25 de agosto deste ano. Em caminhada, os estudantes tomaram a área do Lago das Rosas e ficaram acampados durante oito dias reivindicando a retomada da sede histórica.

A retomada da sede foi negociada com o Prefeito de Goiânia, Paulo Garcia que marcou o ato de retorno da entidada ao Castelinho. Neste ato, além de estudantes estavam presentes autoridades e representantes do movimento estudantil, além de ex-dirigentes da entidade.

O presidente atual da UGES, Diego Alves falou sobre as perspectivas desta retomada. “Como o movimento estudantil tem sua história de luta e de democracia os dirigentes chegaram numa conclusão que a sede tinha que volta a ser como antes da ditadura com espaço para reunião, um mini-auditório, alojamento e etc., mas como o espaço é histórico pensamos em montar um museu contando a história do movimento estudantil e tudo que aconteceu lá”.

Ainda segundo Diego, o Prefeito de Goiânia, Paulo Garcia encaminhou que seja construído um novo espaço para a UGES, maior e mais acessível aos estudantes.

“A reconstrução da UGES que estava 10 anos desativada, demonstrou que voltou com força, que voltou pra ficar e fazer bem feito. Queremos o espaço do Castelinho para que este seja o lugar dos estudantes, dos jovens se encontrarem e conhecerem sua própria história. Precisamos de um espaço para promover discussões, palestras, atividades culturais, e um lugar para concentrar os estudantes para as manifestações”, acrescentou.

Histórico

O Castelinho, que integra o complexo histórico-cultural do parque tornou-se ponto de concentração de estudantes e intelectuais no final dos anos 50. O espaço é um símbolo de luta e durante a ditadura militar foi alvo de desocupação dos jovens. Lá funcionou como sede das entidades estudantes como a UGES e UMES com restaurante para estudantes e até dormitório para os que viam do interior do estado.

Da redação local,
Eliz Brandão