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Novos protestos eclodem na Síria e governo denuncia complô

Novos protestos antigovernamentais foram registrados nesta quinta-feira (14) em Aleppo, a segunda maior cidade da Síria, após a realização de uma concorrida marcha de mulheres, enquanto a emissora de televisão síria apresentou a confissão de vários detidos em distúrbios anteriores confirmando a denúncia de complô estrangeiro.

Moradores de Aleppo indicaram que as forças de segurança sírias tomaram medidas drásticas na universidade local, depois que estudantes realizaram uma manifestação, pela primeira vez, com críticas à administração do Partido Baath, situacionista, e exigir "liberdades" e reformas políticas.

Segundo testemunhos, cerca de mil alunos começaram a gritar "sacrificamos nosso sangue e nossa alma por ti, Deraa", em alusão à cidade sulista onde nas últimas três semanas ocorreram incidentes violentos que deixaram mais de duas dezenas de mortos.

Vários estudantes foram reprimidos e pelo menos três deles foram aprisionados durante a manifestação, respondida por partidários do Baath e cidadãos leais ao governo de Bashar al-Assad, que terminou em uma confusão, da mesma maneira que a acontecida na quarta-feira (13) na cidade de Damasco.

O governo sírio assinalou que jovens insuflados por opositores políticos retomaram as demonstrações na capital do país com demandas por "democracia" e exigiram a derrubada da lei de emergência, em vigor desde 1963, como também solicitam outros setores de oposição a al-Assad.

Por outro lado, o Ministério do Interior qualificou de "completamente falsas" as versões de canais estrangeiros de que as autoridades impediram o acesso de feridos a hospitais de Deraa e Baniya, onde na última sexta-feira os protestos terminaram em batalha campal entre opositores e situacionistas.

Mais de três mil mulheres e crianças bloquearam na quarta-feira um trecho de estrada, sob a ponte al-Marqab, em Baniyas, a gritos de "Deus, Síria e Liberdade", exigindo a libertação de seus maridos e filhos aprisionados na sexta-feira.

Uma centena de mulheres da aldeia costeira da Baida, no sul de Baniyas, bloquearam a ponte Busten para exigir a libertação de cerca de 350 familiares presos no dia anterior em suas próprias residências, e pedir que seja permitida a remessa de alimentos e outros bens aos presos.

As prisões aconteceram depois que cidadãos de Baida protestaram contra al-Assad e seu partido, disse um porta-voz da chamada "Declaração de Damasco", um grupo de direitos humanos que estima em 200 os mortos no país desde o início das manifestações, em 15 de março.

Não obstante, a televisão síria exibiu à noite as confissões de três presos, inclusive o de um chefe de gangue, Anas Kanj, que asseguraram ter recebido dinheiro e armas de organizações estrangeiras para executar atos de sabotagem na Síria.

Enquanto mostrava armas de distintos tipos e calibres, o canal sírio exibiu imagens de Kanj falando nomes e outros detalhes de uma gangue identificada como "A Revolução Síria", formada para "levar o país de uma situação ruim para uma melhor".

Com informações da Prensa Latina