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Itália e França querem revisar tratado europeu sobre circulação

Com a onda de imigração desatada pela fuga dos bombardeios da Otan contra a Líbia, Itália e França resolveram entrar com um pedido nesta terça-feira (26) à União Europeia para revisar o tratado de fronteiras Schengen, que permite viagens sem passaporte pelos países da União europeia.

Ao mesmo tempo, a França fez duras críticas à Itália pela concessão de autorizações de residência temporária para cerca de 20 mil imigrantes tunisianos, que chegaram ao país a partir da deposição do ditador da Tunísia, em meados de janeiro. A maioria deles pretende viajar até a França, que colonizou a Tunísia e onde muitos têm parentes.

O premiê italiano Silvio Berlusconi e o presidente francês Nicolas Sarkozy afirmaram ter assinado uma carta conjunta destinada à União Europeia durante encontro nesta terça-feira, além de ter designado representantes para trabalhar o assunto.

Na semana passada, a França barrou um trem que transportava imigrantes tunisianos da Itália para a fronteira francesa, enviando de volta aqueles que julgou não terem condições de entrar no país.

A Comissão Europeia (CE) descartou ceder às pressões dos representantes da Itália e da França.

"Essa não é nenhuma opção, as regras de Schengen fazem parte dos Tratados da União Europeia e devem ser respeitadas, caso contrário os países que não concordam com elas devem deixar a comunidade", comentou um porta-voz da Comissão.

A CE anunciou que proporá medidas para melhorar a cooperação no espaço Shengen e evitar que um estado membro, ao qual chegue uma onda de imigrantes, tenha de gerir de modo solitário a situação.

Segundo fontes do Executivo comunitário, no início de maio as autoridades da União Europeia esboçarão um relatório cujo ponto principal será encontrar vias para "melhorar a coordenação entre as nações do bloco regional".

Com agências