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Líder estudantil denuncia na Câmara violência policial no Chile

A violência policial contra os estudantes chilenos, que se manifestam contra os retrocessos do governo daquele país, foi denunciada pela presidente da Federação de Estudantes da Universidade do Chile Camila Vallejo, na audiência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (31). A presidente da Comissão, deputada Manuela d´Ávila (PCdoB-RS) entregou a moção de repúdio à violenta repressão aos protestos dos movimentos sociais no Chile.

Líder estudantil denuncia na Câmara violência policial no Chile - Agência Câmara

A líder estudantil chilena está no Brasil para acompanhar a Marcha dos Estudantes organizada pela UNE nesta quarta-feira em Brasília. Ela falou sobre a importância de poder vir ao Brasil denunciar a situação que não é mostrada pela grande mídia.

Ela disse que os estudantes e os representantes dos movimentos sociais são vítimas da violência policial, que reprime com violência e práticas de tortura os manifestantes.

Vallejo denunciou outro tipo de violência que aparece no discurso de direita do governo chileno de criminalização dos movimentos sociais. “O governo diz que somos subversivos e nossas reivindicações são absurdas”. E acusa os estudantes de serem “delinquentes e responsáveis pela morte do estudante Manuel Gutierrez, morto durante manifestação, e por mortes futuras”.

A deputada Manuela d´Ávila, a primeira a falar após a apresentação da estudante, parabenizou os estudantes chilenos pelas manifestações. Ela foi acompanhada por todos os demais parlamentares que discursaram.

A deputada destacou que “provoca a morte aqueles que reprimem os que lutam pela liberdade”. E lembrou ainda a importância de ter o povo nas ruas – trabalhadores e estudantes – em uma onda de mobilização para fazer a América Latina perceber que quando o governo retrocede faz o povo ir a luta. “Essa Casa fica feliz por vocês existirem e condena essa violência do governo contra vocês”, disse ainda Manuela d´Ávila.

O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Teixeira (SP), também parabenizou a luta dos estudantes chilenos contra o retrocesso. “Nós temos uma relação fraterna com o Chile, porque o país recebeu muitos brasileiros exiliados nos anos de 1964 a 1973. E temos gratidão pelo o que representou para as lutas do nosso povo”, afirmou, lembrando que “lutamos com Allende e perdemos com a ditadura chilena, como perdemos com a ditadura brasileira”.

O deputado Luiz Couto (PT-PB) estendeu os parabéns para Camila Vallejo e os estudantes chilenos à UNE e Ubes, pela luta em defesa da educação. “Demos passos importantes, mas devemos manter a luta pela ampliação dos recursos para educação que garantirão a qualidade do ensino”, disse o deputado.

Moção

A Comissão de Direitos Humanos divulgou Moção de Repúdio à violenta repressão aos protestos dos movimentos sociais no Chile. No documento, entregue à estudante chilena, “a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados do Brasil manifesta seu mais veemente repúdio à violenta repressão aos protestos dos movimentos sociais no Chile, que ocasionou a morte do estudante Manuel Gutierrez”.

E diz ainda que “Em nome desta Comissão de Direitos Humanos, conclamamos o diálogo entre o governo daquele país e os movimentos sociais para que as justas reivindicações dos estudantes chilenos por uma educação pública, gratuita e de qualidade possam ser atendidas”.

De Brasília
Márcia Xavier