Servidores dos Correios aprovam indicativo de greve

O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Rio Grande do Norte (SINTECT/RN) divulgou comunicado nesta quinta-feira (08), informando da decisão em deliberar o estado de greve, com indicativo para o próximo dia 14. A proposta da empresa de um reajuste de 6,87%, que é apenas a inflação, foi rejeitada pelos servidores.

De acordo com o comunicado, se a empresa não apresentar uma proposta que contemple as reivindicações da categoria, será deflagrada uma greve por tempo indeterminado à partir da 0h do dia 14 de setembro. A decisão será tomada em Assembléia que está sendo convocada para o dia 13 de setembro, a partir das 18h30, em primeira convocação, e das 19h, em segunda convocação, no IFRN – Centro, situado a Av. Rio Branco, Cidade Alta em Natal/RN e em nossa sub-sede em Mossoró/RN.

Segue comunicado na íntegra:

Greve dos Correios a partir das 0h do dia 14/09/11, caso a ECT não apresente uma contraproposta de Acordo Coletivo que contemple a categoria.

A direção do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Rio Grande do Norte-SINTECT/RN, que representa cerca de mil quatrocentos trabalhadores, no estado do Rio Grande do Norte, vem comunicar a população potiguar que, caso a direção da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos não apresente uma contra proposta de Acordo Coletivo de Trabalho que contemple a categoria, será deflagrada uma greve por tempo indeterminado à partir da 0h do dia 14 de setembro, decisão a ser tomada em Assembléia que está sendo convocada para o dia 13 de setembro, a partir das 18h30, em primeira convocação, e das 19h, em segunda convocação, no IFRN – Centro, situado a Av. Rio Branco, Cidade Alta em Natal/RN e em nossa sub-sede em Mossoró/RN.

O motivo de fazermos este comunicado é que até o momento a direção da Empresa não apresentou oficialmente nenhuma proposta que possa ser aceita pela categoria, sendo oferecida única e exclusivamente a reposição das perdas salariais do período de um ano, ou seja, a inflação referente a julho de 2010 a agosto de 2011. Toda a categoria tem claro que é possível que a Empresa possa apresentar verdadeiramente uma proposta, garantindo ganhos econômicos reais, além de avançar na melhoria das condições de trabalho, saúde e vida para os funcionários dos Correios.

A direção da ECT afirma que não avança em suas propostas devido à orientação do Governo Federal, que tem por objetivo se prevenir de uma futura crise. Entendemos a preocupação do Governo Federal em buscar formas de evitar que a crise que se alastra pela Europa e Estados Unidos venha a atingir o Brasil, mas não concordamos que sejam os trabalhadores das diversas categorias, e dos Correios, que tenham que pagar sozinhos esta conta. Lembrando que foi justamente o fortalecimento do mercado interno, através da valorização do trabalho, durante o Governo Lula, que possibilitou ao Brasil ser um dos menos afetados e um dos que saiu mais rápido da última crise que se estendeu pelo mundo, acreditamos que não valorizar o salário dos trabalhadores dos Correios, o que é totalmente possível, não favorece o combate à nova crise que pode chegar ao nosso País. Além do que, como vimos anteriormente, as sucessivas crises que têm ocorrido decorrem da especulação financeira, dos lucros exorbitantes dos banqueiros, e não da economia real e dos salários.

Diante dessa situação, em que a ECT cresceu em receita e lucros imensamente, inclusive no primeiro semestre reunindo um superávit operacional de mais de meio bilhão de reais conforme se vangloria o próprio Presidente da ECT, Sr. Wagner Pinheiro, e tem a perspetiva de continuar batendo recordes de crescimento, enquanto os seus trabalhadores têm os piores salários entre as estatais, com um piso de cerca de oitocentos reais, enfrentando sobrecarga de serviço, devido à não ocorrência de concurso público por mais de dois anos, e péssimas condições de trabalho, que transformaram a Empresa em recordista de doentes profissionais, não resta outra alternativa aos trabalhadores a não ser a Greve, que ocorrerá inevitavelmente caso a direção da ECT não apresente uma contra proposta razoável de Acordo Coletivo de Trabalho.

Destacamos ainda que esta Greve possa ser evitada, bastando para isso o bom censo por parte da direção da Empresa, que tem recurso para viabilizar uma proposta, que além de recompor a inflação, garanta a valorização dos menores salários, através de um valor único em dinheiro que seja incorporado aos salários de todos os trabalhadores dos Correios, assim como avançar em outras cláusulas.

Reafirmamos que a greve não é um instrumento de prazer do movimento sindical e tão pouco da nossa gloriosa categoria.

Francisco Moacir Soares
Presidente do SINTECT-RN

Contatos pelos fones 9657 5919(tim) 8709 0187(oi) 3091 1994(fixo)