Trabalhadores de Suape tem direitos desrespeitados
Distorções salariais, demissões por justa causa sem provimento legal e cerceamento de sindicatos até casos de abuso como ameças que o Movimento dos Porteiros está sofrendo por vigilantes armados.
Publicado 19/04/2012 10:17 | Editado 04/03/2020 16:56
As denúncias foram feitas na audiência pública sobre as condições de trabalho dos profissionais do Complexo Portuário de Suape, realizada na Assembleia Legislativa pela Comissão de Meio Ambiente nesta quarta (18). A iniciativa foi do vice-presidente do colegiado, deputado Luciano Siqueira.
De acordo com o parlamentar, o Poder Legislativo deve se posicionar a favor de um modelo de desenvolvimento para o Estado que distribua renda e valorize o trabalho, ou seja, assegure aos trabalhadores condições adequadas, cumprimento das leis trabalhistas e salários justos. Siqueira afirmou que recebe denúncias de que em Suape nenhum desses fatores têm sido cumpridos.
O dirigente regional da Federação Interestadual dos Metalúrgicos, Moacir Paulino, relatou problemas dos funcionários do Estaleiro Atlântico Sul. Segundo ele, a carga horária é de 12 horas por dia de domingo a domingo, a alimentação fornecida não é de boa qualidade e a pressão para produzir com rapidez é enorme. Além disso, os profissionais trabalham confinados dentro de estruturas de ferro sem ventilação, o que tem causado diversos danos à saúde da categoria, sobretudo de respiração.
Moacir Paulino destacou que dois trabalhadores morreram no estaleiro em 2011. Um teria sido atingido por uma chapa de aço que pendeu e o esmagou e o outro teria caído do último andar de um navio, uma altura de mais de sete metros. Ainda de acordo com ele, a diferença salarial entre os pernambucanos e os funcionários de fora é imensa. Enquanto um soldador local ganha cerca de mil e duzentos reais, o outro chega a receber cinco mil.
O procurador do Trabalho do Ministério Público do Estado, Leonardo Osório de Mendonça, disse que órgão está investigando as duas mortes e, inclusive, convocou o Estaleiro para assinar um termo de ajustamento de conduta. Mas a empresa se negou a cumprir a determinação.
O secretário estadual do Trabalho, Antônio Carlos Maranhão, salientou que no dia 27 deste mês, o Governo começa uma atividade para implementar a agenda pernambucana de segurança do trabalho. Nenhum representante de Suape esteve no encontro. (L.R.)
Fonte: Site de Luciano Siqueira,
com informações da ALEPE.