Chávez pede unidade para neutralizar ataques da direita

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, pediu nesta segunda-feira (28) a unidade para neutralizar as estratégias e planos desestabilizadores lançados pela oposição, às vésperas das eleições de 7 de outubro.

Durante uma intervenção por telefone na habitual coletiva de imprensa do Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV), o chefe de Estado qualificou de "desesperados" os membros da direita, diante dos resultados das pesquisas que favorecem sua vitória frente ao candidato da Mesa da Unidade Democrática, Henrique Capriles Radonski.

Chávez também alertou a população sobre uma estratégia desestabilizadora contra o Conselho Nacional Eleitoral.

O presidente lembrou que há 14 anos, quando foi candidato à presidência, "estávamos em plena campanha e sempre demos exemplo ao respeitar a Justiça eleitoral. É vital para garantir a paz e a tranquilidade na vida nacional".

Em uma conversa com jornalistas reunidos na sede do partido, Chávez afirmou que uma revolução está em curso na Venezuela, "a última do século 20 e a primeira do século 21, com impactos internacionais mas, sem dúvida, uma revolução endógena, com caráter socialista, fincada em nossas próprias raízes, circunstâncias e nossa própria história", asseverou.

Em relação a sua candidatura perante a Justiça Eleitoral, disse que cumprirá com o prazo estabelecido pela instituição, no cronograma que rege as eleições de 7 de outubro, entre os dias 1º e 11 de junho próximos.

"Não fiquem desesperados, dentro desse prazo cumpriremos com todos os requisitos", reiterou.

Comunistas reiteram apoio

Ao mesmo tempo, o Partido Comunista da Venezuela (PCV) reiterava seu apoio à candidatura de Hugo Chávez nas próximas eleições presidenciais e anunciava uma reunião de seu Comitê Central para definir a estratégia durante a campanha eleitoral.

Na já habitual entrevista coletiva de segunda-feira, Carlos Aquino, membro do Birô Político, disse que durante a 7ª reunião plenária, nos dias 23 e 24 de junho próximos, serão definidos os detalhes da estratégia seguida pelo PCV a favor da vitória do povo venezuelano, qualificada por ele de "acachapante", em 7 de outubro.

No pleno do Comitê Central, também serão avaliadas as propostas das bases do partido sobre os resultados da consulta interna iniciada em abril, para a pré-seleção dos candidatos aos governos e conselhos legislativos dos estados em relação às eleições regionais de 16 de dezembro.

Aquino precisou também que não está descartada a candidatura de militantes do PCV nas eleições regionais e lembrou que na reunião plenária do Comitê Central, realizada em março passado, ficou claro que o único candidato definido até agora pelo partido é Chávez, o que havia sido definido no 14º Congresso do partido, realizado em agosto de 2011.

"De todo modo, independente do partido ao qual pertençam os candidatos que apoiaremos nas regionais, vamos trabalhar para que sejam candidaturas unitárias, que expressem os anseios de aprofundamento revolucionário da atual processo", precisou o dirigente comunista.

Em outra intervenção, Aquino expressou a satisfação e o beneplácito do PCV pela constituição, no próximo sábado, do Conselho Patriótico de Partidos, que "é o resultado dos debates e intercâmbios entre as organizações políticas que apoiamos durante o processo revolucionário bolivariano".

O dirigente assinalou que a constituição desse conselho se reune às criadas antes por outros setores da sociedade e que, em seu conjunto, integram e formam parte orgânica do Grande Polo Patriótico, que tem se consolidado nos últimos meses.

"Se realmente assumimos que queremos – e devemos – derrotar o imperialismo e a oligarquia, para poder construir uma sociedade livre, soberana e próspera, não há outro caminho senão avançar decididamente na construção de um espaço de articulação política, orgânica e de ação", assinala em editorial o jornal Tribuna Popular, orgão oficial do PCV.

"O PCV, de maneira persistente, expressou que o Grande Polo Patriótico deve ser uma instância orgânica que articule as forças políticas e sociais que impelem o processo revolucionário venezuelano", agregou.

Fonte: Prensa Latina