Termo de cooperação entre comissões da Verdade é assinado em SP

Na última segunda-feira, dia 23, representantes da Comissão Nacional da Verdade se reuniram com integrantes da Comissão Municipal da Verdade Vladimir Herzog para a assinatura do termo. De acordo com a advogada Rosa Maria Cardoso da Cunha, da Comissão Nacional, a formalização do acordo viabilizará a coleta de depoimentos em São Paulo.

Jamil e Rosa Maria Cardoso da Cunha comissão da verdade - Acervo gabinete Jamil Murad

Para o vereador Jamil Murad, que é membro da comissão municipal criada para auxiliar a comissão nacional “Esse trabalho evidencia a nova fase que o Brasil se encontra, apurando esses fatos que brecaram o desenvolvimento da democracia e a participação do povo no país”.

Esclarecendo os fatos

Atuando na Comissão Municipal da Verdade, o vereador Jamil Murad (PCdoB) apresentou à comissão um requerimento e um Projeto de Lei que tem por objetivo, respectivamente, elucidar fatos ocorridos durante a ditadura militar no episódio conhecido como Chacina da Lapa e também revelar a história do cemitério Dom Bosco, em Perus.

Jamil propôs que sejam ouvidos na comissão os ex-deputados federais Aldo Arantes e Haroldo Lima, além de Wladimir Pomar, que estavam presentes à reunião, na Lapa, na qual os dirigentes comunistas Ângelo Arroyo e Pedro Pomar foram assassinados e João Batista Drummond foi preso e torturado até a morte.

“As circunstâncias de tais mortes devem ser mais bem esclarecidas, eis que em versão oficial os dois primeiros foram vítimas de longo e violento tiroteio e o último foi morto por atropelamento”, aponta o vereador no documento. Além disso, lembrou, “os corpos dos dois primeiros foram ocultados durante anos, enterrados como indigentes no cemitério de Perus”.

Para contar a história do cemitério Dom Bosco, Jamil protocolou Projeto de Lei propondo a fixação de placa no local em que conste a inscrição “Colina dos Mártires – neste cemitério o regime militar ocultou cadáveres de perseguidos políticos”.

Para além do valor simbólico do gesto, a iniciativa do vereador é uma forma de explicitar para a população parte da história que muitos, durante muito tempo, tentaram esconder. “A perseguição política, tortura, morte e ocultação dos corpos são crimes de lesa humanidade e devem ser veementemente condenados”, apontou Jamil em sua justificativa.

Da Redação com informações do Portal Jamil Murad