Deputado quer que PF investigue operadoras de telefonia móvel

O deputado João Ananias (PCdoB-CE) apresentou, nesta quarta-feira (8) requerimento na Câmara dos Deputados propondo que a Polícia Federal seja chamada a investigar a TIM e as outras operadoras de telefonia celular (Oi, Vivo e Claro). Relatório apresentado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) diz que a TIM interrompe propositalmente as ligações telefônicas de usuários do plano Infinity, aqueles que são pagos por pulso, para obter mais lucro.

“Estou apresentando requerimento a Anatel, para que convoque a Policia Federal, diante da gravidade dessas denúncias, para que ela possa aprofundar as investigações, inclusive em relação as outras operadoras. Pelos péssimos serviços apresentados por todas, concluímos que são "farinhas do mesmo saco". Do contrário só nos restará mesmo, a abertura de uma CPI da Telefonia celular no Brasil”, afirmou o parlamentar.

Ananias contou que em função das inúmeras denúncias, a Anatel monitorou todas as ligações em todo o Brasil, por um período, de usuários dos dois planos e concluiu que o número de quedas das ligações no plano que cobra pelo número delas (infinity) é quatro vezes maior que o outro, que cobra por tempo (não infinity).

O deputado também apelou à população: “Nosso povo precisa não apenas saber disso, mas reagir a altura que essa falcatrua merece, com rapidez e dureza. Uma forma seria o cancelamento imediato desses planos, por parte de todos os usuários. Seria uma resposta eficiente contra a TIM, pois atingiria seu "coração", que é o lucro”.

Queixas e reclamações

O parlamentar lembrou que, também baseado em queixas e reclamações dos consumidores, denunciou as irregularidades registradas nos serviços de telefonia móvel, “como deputado, cumprindo meu mister de representar os interesses da população, que recorre a nós, encaminhando suas queixas e também como usuário desses serviços, sentindo na pele o descaso, agora configurado como má fé”, destacou.

Ananias também demonstrou insatisfação com o recuo da Anatel na decisão de manter suspensas a venda de novas linhas, até que as empresas operadoras apresentassem propostas convincentes de resolução dos problemas.

“O que não entendo é como pode ter sido liberadas novas vendas, pela Anatel, sem que nada de concreto tenha acontecido”, afirmou, indagando em seguida: “Diante das gravíssimas afirmações constantes no relatório da Agência, configurando-se, se verdadeiras são, em crime contra os usuário, como serão ressarcidos os usuários? Qual a punição que a tal empresa sofrerá?”

Na avaliação do parlamentar, está claro que houve dolo da empresa para obter maior lucro. E, segundo ele, a punição não deve se restringir a aplicação de multas, por que elas não pagam. “De 5,8 bilhões de reais aplicadas em multas, elas recolheram apenas 250 milhões de reais”.

De Brasília
Márcia Xavier