SSA: Marcha das Mulheres contra violência acontece no dia 29
No próximo dia 29, às 14h, acontece uma marcha de mulheres contra a violência, com saída da praça da Piedade, centro de Salvador, em direção ao Pelourinho. A atividade, realizada pela União Brasileira de Mulheres (UBM) na Bahia, faz parte da Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, que acontece de 25 de novembro a 10 de dezembro em diversos países. No Brasil, a campanha começou alguns dias antes: 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.
Publicado 22/11/2012 21:11 | Editado 04/03/2020 16:17
Segundo a coordenadora geral da UBM-BA, Daniele Costa, a Campanha 16 Dias de Ativismo serve para reafirmar à sociedade que a violência contra a mulher é um problema coletivo e não das mulheres. “A violência doméstica revela de uma forma muito cruel esse valor patriarcal de considerar a mulher como um mero objeto e não como um indivíduo.”
Para ela, a importância da campanha é reafirmar a luta no combate a violência contra a mulher, além da necessidade de implementar a Lei Maria da Penha com a criação de instrumentos de combate à violência, como as Casas de Abrigo e as DEAMs (Delegacia Especial de Atendimento à Mulher). “Estes são instrumentos necessários de combate a violência. Inclusive, é preciso políticas públicas que trabalhem a reinserção da mulher no seu papel social, é necessário assegurar a essas mulheres a sua autonomia econômica. Isso contribui para a valorização dessa mulher que foi agredida e precisa ter o apoio do Estado na retomada da sua vida social.”
Dentro das atividades da Campanha 16 Dias de Ativismo, a UBM lançou um manifesto para fortalecer o Dia Internacional da Não-Violência contra as Mulheres, a ser comemorado no domingo (25/11). De acordo com o manifesto, o objetivo é reafirmar o compromisso da UBM com a defesa dos direitos humanos das mulheres como instrumento da construção de um mundo justo, fraterno e solidário.
A campanha 16 Dias de Ativismo foi criada em 1991, por 23 feministas de diferentes países, que reunidas pelo Centro de Liderança Global de Mulheres (CWGL), nos Estados Unidos. Já o Dia Internacional da Não-Violência contra as Mulheres é marcado pelo assassinato brutal das irmãs Minerva, Pátria e Maria Tereza, que buscam a liberdade política de seu país, a República Dominicana.
Confira o manifesto na íntegra.
25 de Novembro
Dia Internacional de Luta pelo fim da Violência contra a Mulher
A União Brasileira de Mulheres (UBM), nos seus 24 anos de história e de lutas em defesa dos
direitos e emancipação da mulher, neste 25 de novembro de 2012, Dia Internacional da Não-
Violência contra as Mulheres, reafirma seu compromisso com a defesa dos direitos humanos
da mulheres como instrumento da construção de um mundo justo, fraterno e solidário.
UMA DATA DE LUTAS!
A Campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres completa 21 anos
e é realizada de 25 de novembro a 10 de dezembro. No Brasil, começa com o Dia da
Consciência Negra (20 de novembro) e se encerra com o Internacional dos Direitos Humanos.
Esta data dia 25 de novembro, Dia Internacional da Não-Violência contra as Mulheres, é
marcado pelo assassinato brutal das irmãs Minerva, Pátria e Maria Tereza, pela bravura de
“Las Mariposas”, como eram conhecidas, uma vez que utilizavam este nome secreto nas
atividades clandestinas, na tentativa da busca pela liberdade política de seu país, a República
Dominicana.
UMA REALIDADE QUE PRECISA MUDAR!
Temos o direito humano a uma vida sem violência, por isso é que quando se materializa a
violência contra a mulher, principalmente a violência doméstica, todo mundo perde. O
enfrentamento tem que combinar uma discussão ampla, que nos permita desvendar e
desconstruir as amarras da cultura milenar que estruturou e consolidou as desigualdades de
gênero.
O enfrentamento da violência contra as mulheres é tarefa complexa que exige mais
processos articulados e estratégias de caráter público. Devemos nos informar cada vez,
exercer o controle social e cobrar as políticas públicas, é preciso trazer o que está na lei para a
vida das mulheres.
POLITICAS PÚBLICAS, JÁ!
Exigimos que as Convenções e os Tratados Internacionais ratificados pelo Brasil sejam
implementados em sua integralidade. Exigimos que o Plano Nacional de Políticas para as
Mulheres, seja efetivado com controle social democrático, denunciando estados e
municípios descomprometidos e omissos, realizando articulação entre as várias instâncias
de governo e o movimento feminista de forma a concretizar seus princípios e propostas de
ações na vida das mulheres brasileiras. Exigimos a execução do Pacto Nacional de
Enfrentamento à Violência contra a Mulher que prioriza ações voltadas para as mulheres
negras, indígenas e da zona rural. Exigimos a defesa intransigente da Lei Maria da Penha.
PELA COMPLETA APLICAÇÃO DA LEI MARIA DA PENHA!
A Lei Maria da Penha é um instrumento na luta pelo fim da violência contra as mulheres, por
isso precisamos estar vigilantes á sua efetiva aplicação, para que aumente o número de
juizados especializados e de serviços de atendimento ás vítimas e agressores, pois sem isso,
contamos apenas com a parte repressiva da lei e isso não é suficiente para garantir a
integridade e dignidade das vítimas. Defendemos a implantação e apoio às Secretarias e
organismos de politicas para as mulheres.
TODO APOIO À CPMI DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER!
UBM ABRAÇA A CAMPANHA COMPROMISSO E ATITUDE,
PELA LEI MARIA DA PENHA – A LEI É MAIS FORTE!
A UBM apoia e tem mobilizado sua direção e militância para participação da Comissão
Parlamentar de Inquérito que tem apurado a violência contra a mulher no Brasil. Sua
instalação tem recebido apoio do movimento social e feminista e medidas concretas tem
sido tomadas pelos governos federal, estadual e municipais. Todo apoio à CPMI! Pelo apoio à
Campanha: “Compromisso e Atitude pela Lei Maria da Penha – a lei é Mais Forte”
LIGUE 180
Dados da Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 –, da Secretaria de Políticas para as
Mulheres (SPM), no primeiro semestre de 2012, demonstram uma evolução significativa nos
registros da Central de Atendimento à Mulher. De janeiro a junho deste ano, foram 388.953
atendimentos, apresentando um aumento de mais de 13% no total de registros se
comparado ao mesmo período de 2011. A violência física continua sendo o tipo de violência
mais relatado, totalizando 26.939 registros, contemplando 56,65% das formas de violência
de que trata a Lei Maria da Penha (11.340/06). Destas denúncias, 211 casos foram de cárcere
privado. Das denúncias companheiro ou marido são principais agressores, A morte de
mulheres assusta com mais de 50% dos relatos.
De Salvador,
Ana Emília