BA: Programa Descarte Consciente começa no dia 17 de dezembro
No dia 17 de dezembro, a Bahia inicia sua contribuição para o programa nacional Descarte Consciente de Resíduos de Medicamentos, com uma coleta amostral que deverá ter duração de seis meses. Inicialmente, serão 10 estações de coleta instaladas em farmácias baianas. Em janeiro, chegarão mais 40 estações.
Publicado 11/12/2012 12:12 | Editado 04/03/2020 16:17
As estações coletoras são seguras e rastreáveis, contando com farmacêuticos treinados para auxiliar os consumidores, apesar de a estação ser auto-explicativa. A iniciativa tem o objetivo de realizar estudos de viabilidade técnica, econômica e avaliação dos impactos sociais para a implantação da logística reversa de medicamentos na Bahia.
A lista das farmácias participantes do programa está disponível no site www.descarteconsciente.com.br. Na página, também será possível acompanhar os resultados da coleta através do “Preservômetro”, onde a população baiana saberá o quanto de medicamento foi conscientemente descartado e quanto de volume de água foi preservado.
De acordo com Altamiro Borges, presidente do Conselho Regional de Farmácia da Bahia, após o término da coleta amostral, as estações continuarão instaladas, pois são objetos de acordos com as farmácias. “Vários estados já começaram a fazer a coleta, a exemplo de Goiás. Na Bahia, o Ministério Público é o fomentador da iniciativa. A coleta amostral vai mostrar a viabilidade técnica, logística e econômica para repassar essa informação para a Anvisa”, informa.
A entrega do medicamento nas farmácias será simples. O consumidor vai se dirigir até uma estação coletora com o medicamento. A estação identifica o produto pelo código de barras da caixa. Os dados armazenados na estação serão coletados pela empresa que irá fazer a coleta e a incineração.
“A lei que trata sobre resíduos no país traz uma lista de produtos que precisam retornar para os fabricantes, o que é chamado de logística reversa. Aí temos pneus, eletroeletrônicos e podem entrar outros produtos. Por conta disso, a Anvisa criou um grupo de trabalho para ver como fazer isso com medicamentos, já que eles precisam ser descartados e não podem ser reutilizados”, esclarece Altamiro Borges. A ideia do estudo nasceu em consequência dessa questão e deverá acontecer em todo o Brasil. O intuito é saber quanto vai custar para os fabricantes receberem e destruírem os medicamentos.
Para Altamiro, a iniciativa é fundamental para a saúde da população e preservação do meio ambiente. “Hoje, as pessoas jogam o medicamento no vaso sanitário ou no lixão, e isso tem um risco sanitário. Primeiro, para as pessoas que podem pegar e tentar reutilizar. Tem ainda o risco de guardar em casa e alguém pegar, inclusive crianças. Por outro lado, tem a questão da poluição. Um quilo de medicamento jogado em um rio contamina 450 mil litros de água. É um problema grave, até porque as pessoas que possuem medicamentos em casa não sabem o que fazer com eles, pois o serviço público de limpeza não os recolhe.”
Grupo de Trabalho
Coordenado pelo Ministério Público estadual, o grupo técnico da Bahia é formado pelas Vigilâncias Sanitárias municipal e estadual, Conselhos Regionais de Farmácia e Medicina Veterinária, Faculdade de Farmácia da Universidade Estadual da Bahia (UNEB), Bahiafarma, Movimento das Donas de Casas e Consumidores, Limpurb (Empresa de Limpeza Urbana), Natulab (Indústria de Medicamentos), Stericycle (empresa especializada em descartes de resíduos), BHS (empresa que desenvolveu as estações coletoras chamadas de Ecomed), Farmácias e Drogarias Santana, WalMart, Pague Menos, Drogasil, Popular do Brasil e Farmácia Erva Doce.
De Salvador,
Ana Emília Ribeiro