Ex-ditador da Guatemala é julgado por genocídio de indígenas

Julgamento do ex-ditador Efraín Ríos Montt, de 86 anos, começou na última terça-feira (19). Montt responde pela execução de 1.771 indígenas maias ixiles no departamento de Quiché, região norte do país.

Pela primeira vez, um ex-chefe de Estado é julgado por crimes de lesa humanidade na Guatemala, país que fica na América Central. Começou na última terça-feira (19) o julgamento do ex-ditador Efraín Ríos Montt, de 86 anos. Ele é acusado de ser o responsável pelo genocídio de populações indígenas durante seu regime (1982-1983).

O julgamento deve ouvir 130 testemunhas e quase 100 peritos, e irá durar vários meses. Além do ex-ditador, também é acusado de genocídio o general da reserva José Rodríguez, de 68 anos.

Montt responde pela execução de 1.771 indígenas maias ixiles no departamento de Quiché, região norte do país. Esse foi considerado o momento mais violento da guerra civil que durou 36 anos na Guatemala. Segundo a ONU, cerca de 200 mil pessoas foram mortas ou estão desaparecidas.

A guerra civil na Guatemala teve origem em 1954, quando o então presidente Jacobo Arbenz sofreu um golpe de Estado, planejado pelo Exército e pela agência norte-americana CIA.

Após sucessivos governos militares ligados a grupos anticomunistas e a esquadrões da morte, núcleos de militantes de esquerda organizaram a resistência armada contra a ditadura. O conflito durou de 1960 a 1996.

Fonte: Radioagência NP