Hospital Couto Maia completa 160 anos e apresenta novidades

O Hospital Couto Maia (HCM), em Salvador, especialista no tratamento de doenças infecciosas e parasitárias, completou, na última terça-feira (9/4), 160 anos de funcionamento, com novidades para o futuro. Para marcar a data, uma festa foi preparada na unidade, que contou com uma exposição sobre a nova estrutura do hospital.

Instalado tradicionalmente em Monte Serrat, na Cidade Baixa, o prédio do Instituto Couto Maia (ICOM) vai se mudar para Águas Claras, onde funcionava o Hospital Especializado Dom Rodrigo de Menezes. No novo espaço, serão ampliados os atendimentos, incorporadas novas tecnologias, como um setor de imagem, e construído um memorial dos 160 anos.

“Chegamos nesses 160 anos em pleno funcionamento, com indicadores muito bons, em comparação a outras unidades de saúde, mas com um grande problema da estrutura física. É por conta desse problema que vamos construir outra unidade. Com essa, não é possível implantar muitas mudanças e, com a nova, a gente vai ganhar muito em qualidade”, disse Ceuci Nunes, diretora do hospital.

O HCM opera hoje com 101 leitos, oito leitos de isolamento, seis Unidades de Terapia Intensiva (UTI´s), divididos em um espaço de 6 mil m². Por ano, são 25 mil atendimentos, 2,2 mil internações e mortalidade de 6,5%, considerada baixa para hospitais que tratam de doenças como a AIDS.

A nova unidade, cujo projeto está sendo desenvolvido pelas empresas MRM e SM Gestão Hospitalar, terá 155 leitos, sendo 30 de UTI, centro cirúrgico, de emergência e urgência, de apoio diagnóstico, e de ensino e pesquisa, divididos entre três pavimentos, que somam 18 mil m². Com a mudança, a Hanseníase passa a incluir a lista das doenças tratadas.

Administrado pela Secretaria de Saúde do Estado (SESAB), o Couto Maia vai passar a funcionar com um modelo de gestão através de Parceria Público Privada (PPP). Na Bahia, essa é a segunda parceria dessa natureza realizada na saúde – a primeira foi no Hospital do Subúrbio (HS) – e a previsão é de que o projeto, inclui construção e manutenção, custe R$ 97,3 milhões ao consórcio.

O HCM

Construído em 1853, o HCM surge como um hospital de isolamento para atender pacientes com febre amarela vindos de navios mercantes que aportavam na Bahia. O local era desabitado, arborizado e com uma forte ventilação, considerado pelos especialistas como um ambiente propício para acolher, tratar e controlar as epidemias da época.

O hospital foi importante no atendimento aos pacientes nas grandes epidemias, como cólera (1855), peste bubônica (1904), gripe espanhola (1918), varíola (1919) e febre tifóide (1924). O nome Couto Maia foi dado em 1923, ano em que o governador Góes Calmon inaugurou o atual prédio, formado por pavilhões, e homenageou o primeiro diretor, substituindo Hospital de Isolamento de Mont Serrat.

Comemorações

Durante toda essa semana, atividades marcam os 160 anos do Hospital Couto Maia. São palestras sobre a história, exposições, oficinas, encontros de funcionários, que devem durar até sexta-feira (12).