Fábrica sul-coreana pode abrir filial no DF

A Korea Aerospace Industries (KAI) -fabricante de aeronaves- pode ser a primeira empresa da Coreia do Sul a se instalar no Distrito Federal, onde intensificou entendimentos com o governo para negociar a abertura de uma filial, informou ontem o secretário de Desenvolvimento Econômico, Gutemberg Uchôa.

"Houve sinalização para que essa empresa se instale no DF e vai ter a segunda rodada de conversas no final de junho ou início de julho", declarou Uchôa, após se reunir com representantes do país asiático, com quem abordou o assunto, entre outros temas afins.

Fundada em 1999, a empresa produz aeronaves – como o T-50, modelo supersônico de treinamento e caça, e o KT-1, um turboélice monomotor para treinamento de pilotos de caça –, peças para aviões de asas fixas e rotativas, além de turbinas para helicóptero.

O encontro do secretário com integrantes do Instituto de Avaliação Coreano de Tecnologia Industrial (Korean Evaluation Institute of Industrial Tecnology – Keit), serviu para tratar os interesses da KAI assim como o de outros grupos empresarias sul-coreanos.

"Queremos aprofundar a ideia de trabalhar juntos em pesquisas, principalmente nos setores aeronáuticos e de agricultura", revelou o diretor do Programa Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento para Indústria e Convergência do (Keit), Han Sang Cheol.

De acordo com ele, num segundo momento, "queremos continuar os contatos com o Governo do Distrito Federal para estudar a instalação de outras empresas da Coreia do Sul em Brasília", conforme falou.

Os representantes do Keit também escutaram de Uchôa as vantagens de infraestrutura, econômicas e fiscais que a região oferece e que foram definidas para torná-la um dos maiores polos nacionais de tecnologia da informação.

"Brasília dispõe de condições privilegiadas no cenário nacional, como, por exemplo, a mão de obra qualificada para trabalhar nessas empresas", lembrou o titular da pasta.

O próximo passo para continuar as negociações será a produção de um memorando com as intenções dos dois governos, onde as instituições brasilienses Fundação de Apoio a Pesquisa e a Universidade de Brasília poderão participar como geradores de conhecimento para a produção de novas tecnologias.

O interesse dos sul-coreanos ganhou impulso desde a reunião entre o embaixador Bom-woo Koo com o governador Agnelo, ocorrida no dia 7 de maio, ocasião em que o diplomata foi apresentado aos benefícios de se investir no DF.

De acordo com o secretário, a chegada das empresas sul-coreanas à capital abrirá um leque de oportunidades para que outras corporações internacionais também se mudem para o Parque Tecnológico, que está em fase de construção no DF.

Como parte dos atrativos, o titular da pasta prevê o incentivo fiscal, com abatimentos de impostos, mas, segundo ele, Brasília tem muito mais a oferecer.

"Acreditamos que o diferencial que move a empresa e faz com que ela decida investir aqui é a possibilidade de comercialização de seus produtos e a expansão, e, para isso, nós temos um cenário favorável", garantiu Uchôa.

A expectativa do GDF é que as empresas asiáticas, ao decidirem vir para o Brasil, se instalem no Parque Tecnológico Capital Digital, localizado entre a Granja do Torto e o Parque Nacional de Brasília.