Manifestação no Rio começa pacífica, mas termina em confronto

No Rio de Janeiro, o Dia Nacional de Lutas começou nas primeiras horas desta quinta- feira (11). Após diversos atos descentralizados, os trabalhadores e trabalhadoras dirigiram-se para o centro do Rio. 



Foto: Jornal do Brasil.

Segundo informações da imprensa, as marchas de luta tomaram a Avenida Rio Branco e a Avenida Presidente Vargas. Os trabalhadores reivindicam reformas estruturais para o país e mais direitos para os trabalhadores. No final da tarde desta quinta-feira, milhares de manifestantes tomaram a Candelária, no Centro do Rio de Janeiro. 

 
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De acordo com a Polícia Militar do Rio de Janeiro, estima-se que mais de 10 mil trabalhadores estão marchando pelas ruas do centro da cidade neste fim de tarde.

“Essa é uma unidade histórica e nacional que está se refletindo em todos os estados do Brasil, defendendo pela primeira vez uma pauta única dos trabalhadores. Não é só uma passeata, mas um conjunto de paralisações para reivindicar nossos direitos”, disse Ronaldo Leite, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil no Rio de Janeiro (CTB-RJ), em entrevista à imprensa.

De acordo com informações publicadas na rede social Facebook pelos presentes, estão sendo lançadas bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes. “O protesto segue firme na Candelária. A Rede Globo tá na mira!”, disse a ex-presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Carla Santos.

Integrantes da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) pedem a redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais. Foto: G1/RJ

Em entrevista à imprensa, Jesus Cardoso, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos e integrante da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), destacou a ampla adesão dos movimentos sociais e informou que os manifestantes com máscaras não compõem a frente pacífica de luta.

“Essas pessoas não fazem parte de nenhum movimento social no Brasil, eles são contra tudo e nós estamos em um país democrático. Eles querem suplantar os partidos, querem dividir o país e não melhorar, querem radicalizar uma coisa que é para se resolvida com o voto”, disse Jesus Cardoso.

Manifestação na parte da manhã, Raimunda Leoni e João Batista Lemos na porta da NUCLEP no Rio de Janeiro.

Os bancários também se somaram às manifestações. De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, Almir Aguiar, mas de 1,5 mil bancários não trabalharam nesta quinta-feira. A maioria das agências fechadas está na área das Avenidas Presidente Vargas e Rio Branco, no Centro do Rio.

Entidades como a União Nacional dos Estudantes (UNE), União da Juventude Socialista (UJS), representantes de médicos, enfermeiros e policiais civis, também marcam presença e reivindicam melhorias nas condições de trabalho e nos salários.

Vários movimentos sociais e sindicatos já estão na concentração na Rio Branco. Foto: NPC

De noite

Pelo menos um policial ficou ferido na cabeça depois que cerca de 300 pessoas voltaram a entrar em confronto com a Polícia Militar durante um protesto no Centro do Rio, no início da noite.

Ao todo dez pessoas foram presas e dois menores detidos e levados para a 5ª DP (Mem de Sá) depois que um grupo conhecido como Black Bloc provocou os PMs que acompanhavam a passeata organizada pelas centrais sindicais na Avenida Rio Branco, na altura do Teatro Municipal. (Policiais militares entram em confronto com grupo de manifestante no Centro do Rio Domingos Peixoto / Agência O Globo)

A polícia jogou bombas de efeito moral no grupo, que revidou com morteiros, fogos de artifício e coquetéis molotov. Uma agência bancária teve sua fachada de vidro destruída pelos manifestantes. Houve muita correria e os organizadores encerraram o ato, que seguiu da Candelária à Cinelândia.

Da Redação, com agências