Chuva não impede manifestação em Natal

 

A forte chuva que caiu na capital potiguar não impediu que a realização do Dia Nacional de Paralisação, levando centenas de pessoas a caminharem pelas ruas de Natal. O protesto, coordenado pelas centrais sindicais, reforçou melhorias nos serviços públicos e garantia de direitos trabalhistas. Profissionais da Saúde, Movimento Passe Livre, Revolta do Busão, Movimento dos Sem Terra (MST) e servidores da Administração Indireta do Governo do Estado também participaram da mobilização.

Diferente das últimas manifestações que ocuparam principais avenidas da capital, a desta sexta-feira fez um trajeto menor, saindo da Praça Gentil Ferreira, no Alecrim, até à Praça 7 de Setembro, na Cidade Alta. Ainda na concentração da manifestação, foi possível observar transtorno no trânsito, que permaneceu lento durante toda a manhã ao longo das avenidas Coronel Estevam e Presidente Bandeira.

Entre os gritos de ordem daqueles que participavam do ato, diversos motoristas perderam a paciência pelo fato de alguns manifestantes quererem bloquear as ruas. No início do protesto, o clima ficou tenso entre um motorista e um jovem da Revolta do Busão, que chegou a ser ameaçado de levar um tiro, caso continuasse bloqueando o trânsito e desrespeitando a o direito passagem desse motorista.

Para o presidente do Sindicato dos Servidores da Administração Indireta do RN (Sinai), Santino Arruda, independente de pequenos transtornos e da chuva, a intenção do grande ato era fazer a caminhada e chamar a atenção da população para o cenário de crise que existe no Brasil, no RN e em Natal.

“Os serviços públicos estão destruídos. A terceirização, caso seja aprovada no congresso, irá aprofundar essa crise. O fator previdenciário une trabalhadores do setor privado e o Governo Federal não está aberto para discussões sobre isso. Portanto, cabe a nós, trabalhadores, fazer esse debate com a sociedade”, avaliou Santino. “Penso que essa data de hoje é muito importante, embora seja observada uma menor participação das pessoas em função da chuva”.

O presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Moacir Soares, afirmou que o país passa por um momento muito oportuno para que o povo seja ouvido. “A chuva realmente atrapalhou, mas nossa bandeira de luta, chovendo ou fazendo sol, não pode deixar de ser levantada. Os trabalhadores e população em geral estão aqui hoje para serem ouvidos e com certeza serão”, disse.

Uma equipe de coordenação das centrais sindicais está se organizando para agendar horário com deputados na Assembleia Legislativa, para buscar apoio na discussão sobre a precarização dos serviços públicos. “Não podemos permitir que haja perdas nos direitos trabalhistas. Estamos nos sentindo ameaçados com a possibilidade de aprovação desse projeto que busca a regularização da terceirização no Brasil. Com isso levantamos preocupações, uma vez que a terceirização passa cada vez mais por evolução”, destaca Moacir.

Saúde

Os servidores em greve ligados à Secretaria de Estado da Saúde Público também participaram da manifestação na manhã de hoje. Os profissionais estiveram divididos entre o ato, reunião com o Secretário de Saúde Luiz Roberto Fonseca e o acampamento na residência oficial da governadora Rosalba Ciarlini.

Segundo Suetônia Cardoso, membro da diretoria do Sindsaúde, toda a categoria está na perspectiva pelo fim da greve na saúde, mas para isso é preciso que as negociações sejam positivas. “Parte da diretoria está reunida com o secretário e nós estamos aguardando boas respostas”, afirmou. Segundo a diretora, na próxima terça-feira (3), o sindicato irá se reunir com uma comissão de deputados estaduais para pedir apoio nas reivindicações.

Fonte: Jornal de Hoje