Greve dominó atingiu todas as principais unidades da Petrobras

Também chamada de “greve dominó”, a jornada de lutas teve início na última terça-feira, 1º de outubro, com a realização de uma forte mobilização na sede administrativa de Natal. A paralisação contou com o apoio de trabalhadores do Polo Guamaré e das plataformas marítimas, que atrasaram seus respectivos embarques, e de trabalhadores do Alto do Rodrigues, que decidiram não embarcar. No período da manhã, representantes de diversos partidos políticos e de entidades sindicais e populares participaram de um ato público, em frente à sede, prestando solidariedade ao movimento.

Na quarta-feira, 2, foi a vez dos trabalhadores da Base 34, em Mossoró. Desde o início da manhã, cerca de 500 trabalhadores concentraram-se em frente ao principal portão de entrada da Unidade, reivindicando a imediata apresentação de uma contraproposta da Petrobrás para o ACT 2013/2015. Com grande presença de trabalhadores terceirizados, os manifestantes também cobraram o cancelamento do leilão de Libra e, especialmente, o arquivamento do PL 4330, também chamado de PL da Escravidão, que escancara a terceirização no país.

Áreas – Nas áreas operacionais não afetadas pelo feriado, a greve foi realizada em 3 de outubro, alcançando elevados índices de adesão. Nas plataformas marítimas, os trabalhadores decidiram suspender a emissão de Permissões de Trabalho – PT, somente permitindo casos em que se configurasse emergência capaz de colocar em risco a integridade física dos empregados, o meio ambiente e equipamentos. E, mesmo assim, após análise da Comissão de Greve, integrada por uma equipe multidisciplinar.

Os mesmos procedimentos adotados pelos trabalhadores das plataformas foram empregados pelos trabalhadores do Polo Industrial de Guamaré, onde, na véspera, o Sindicato fora proibido de entrar, caracterizando, mais uma vez, flagrante prática de ato antissindical. A greve, assim, para os trabalhadores de Guamaré, teve também o objetivo de dar uma resposta ao autoritarismo e à intolerância de dirigentes incapazes de manter uma relação democrática e respeitosa com a entidade representativa dos trabalhadores.

Negociação – Demonstrando ter compreendido o recado dado pela categoria petroleira, a FUP informou, na tarde da última sexta-feira, 4, que a Petrobrás agendou uma reunião de negociação para esta segunda-feira, 7, onde deverá apresentar uma contraproposta para as cláusulas econômicas. De acordo com entendimento aprovado pelo Conselho Deliberativo da FUP, caso a proposta seja considerada insatisfatória, os trabalhadores deverão se posicionar com relação a um indicativo de greve, por tempo indeterminado, a partir de 17 de outubro.

Fonte: Sindipetro/RN