Bancários da Bahia rejeitam proposta da Fenaban e mantêm greve

Em assembleia na noite desta segunda-feira (7/10), em Salvador, os bancários da Bahia rejeitaram a nova proposta de reajuste apresentada pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), na sexta-feira passada, e decidiram permanecer em greve. A categoria assumiu também o compromisso de intensificar ainda mais os esforços para ampliar a paralisação em todo o estado.

Os trabalhadores consideram insuficiente a proposta de 7,1% de reajuste oferecida pelos patrões, o que representa um aumento real de menos de 1%. “A proposta é uma afronta, já que os bancos obtiveram lucratividade recorde no mesmo período. Apenas os seis maiores bancos em operação no país – Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Caixa, Santander e HSBC – tiveram lucro líquido de R$ 30 bilhões no primeiro semestre”, informou Emanoel Souza, presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe.

A Federação orientou os sindicatos da sua base a intensificar a mobilização, mantendo todas as agências fechadas e realizando atividades de rua, para denunciar a intransigência dos banqueiros. “Vamos aproveitar a oportunidade também para protestar contra a ameaça que vivemos, diante da tramitação no Congresso Nacional do Projeto de Lei 4330, que amplia a terceirização”, disse Souza.

O Comando Nacional dos Bancários continua de plantão, em São Paulo, aguardando que a Fenaban retome as negociações e apresente uma nova proposta à pauta de reivindicações da categoria.

Mobilização nacional

No 19º dia da paralisação, os bancários mantiveram fechadas 11.717 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados em todos os 26 estados e no Distrito Federal – o que representa um crescimento do movimento de 90,6% em relação ao primeiro dia, quando 6.145 estabelecimentos financeiros foram parados.

O movimento continua recebendo apoios importantes. A Comissão de Trabalho da Câmara Federal, através do deputado baiano Daniel Almeida (PCdoB), se movimenta nesta terça-feira (8/10) para garantir a votação imediata da proposição que cobra da Fenaban a retomada imediata das negociações com a apresentação de uma proposta justa.

A Federação do Comércio também está pressionando os bancos a buscar o entendimento com os trabalhadores, já que a paralisação vem prejudicando o comércio e até reduzindo a demanda por crédito, segundo dados do Serasa Experian.

Fonte: Ascom/CTB Bahia.