EUA aceleram entrega de aeronaves de combate a Israel

Os Estados Unidos aceleram a entrega de novas aeronaves V-22 Osprey à Força Aérea Israelense, de acordo com o secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, em anúncio feito à Liga Anti-Difamação, em Nova York, na noite desta quinta-feira (31/10). No mesmo dia, o gabinete de segurança israelense finalizava uma disputa, em sessão parlamentar, sobre o orçamento reduzido do Ministério da Defesa.

Israel Estados Unidos militar - Departamento de Defesa dos EUA

Osprey, “convertiplanos” (híbridos, funcionam como avião e helicóptero) que fazem decolagens verticais, são usadas primariamente para o transporte de forças especiais até distâncias longas dentro dos “territórios inimigos”.

A ajuda militar estadunidense é de 3,1 bilhões de dólares (6,9 bilhões de reais) por ano, garantidos pelos Acordos de Camp David, de 1974 (entre Israel e Egito, com mediação direta dos EUA). A Força Aérea Israelense (FAI) comprará as aeronaves, segundo Hagel, embora o Ministério da Defesa viesse combatendo a redução do seu orçamento no início do ano, renegociada também nesta quinta.

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Além disso, em junho, os Estados Unidos também tinham anunciado uma redução de 5% da sua ajuda militar aos israelenses (175 milhões de dólares), no contexto do seu corte de gastos generalizado.

Ainda assim, nesta quinta, Hagel anunciou a aceleração da entrega das aeronaves a Israel, já que o país é o principal cliente do Corpo de Fuzileiros dos Estados Unidos neste ramo, junto com o seu próprio Comando de Operações Especiais. As aeronaves V-22 Osprey são fabricadas pela Bell Boing, e cada uma delas custa cerca de 70 milhões de dólares (156,5 milhões e reais).

Segundo o jornal israelense Ha’aretz, a FAI diz poder usar as aeronaves para o transporte de uma companhia inteira de forças especiais (com uma capacidade para 24 soldados) para locais distantes, inclusive para o Irã.

Israel mantém sua retórica agressiva contra o país persa, embora os esforços diplomáticos do novo governo e a abertura dos líderes europeus e até dos EUA tenham se intensificado.

Além disso, as situações da Síria e da própria Palestina também são postas como justificativas pelo Ministério da Defesa israelense para um investimento maior no setor militar, com uma alegada “necessidade extrema de proteção securitária”, apesar de todos estarem envolvidos em processos diplomáticos aos quais Israel não se compromete.

Testemunhos de soldados, ex-agentes e até de antigos líderes das Forças de Defesa de Israel (FDI) e outras instituições militares do país, além das pesquisas de observatórios como o renomado Instituto Internacional de Pesquisa sobre a Paz de Estocolmo (Sipri, na silga em inglês) revelam que envolvimento da indústria militar na política estadunidense e israelense são definitivas para a manutenção de um ambiente de insegurança.

Com agências,
Moara Crivelente, da redação do Vermelho